sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Onde Se Apoia a Vossa Fé?



 Paulo, servo do Altíssimo, escrevendo aos irmãos de Corinto, para proveito deles e também de todos nós, lhes admoesta que a sua palavra e sua pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a fé deles não se apoiassem em sabedoria humana, mas sim no poder de Deus. Poder que torna a fé convicta pela atuação do Espírito e não na eloquência ou sabedoria humana. (1 Coríntios 2: 4,5.)

Refletindo nesta advertência: Onde Se Apoia a Nossa Fé? A Vossa Fé? Meu querido irmão, se a vossa fé se apoia no "homem", se você crê, porque assim crê o "homem", se você aceita ou rejeita algo porque assim aceita ou rejeita o "homem", sua fé está apoiada sobre a areia e logo poderá desabar. Não deixe nenhuma eloquência ou sabedoria humana se tornar o apoio de vossa fé, por mais influente que seja. Que vossa fé se apoie na convicção provida pela demonstração do Espírito, no eloquente e convertedor poder de Deus.

Firmemos nossa fé sobre a Rocha, em Cristo Jesus, nosso Salvador.

"Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus. Porque, qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus. Mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus. As quais também falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais. Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido. Porque, quem conheceu a mente do SENHOR, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo." 1 Coríntios 2: 10-16.

Complemento: 
 “Cristo é a cabeça de todo varão”. 1 Coríntios 11:3. Deus, que pôs todas as coisas sob os pés do Salvador, “sobre todas as coisas O constituiu como cabeça da igreja, que é o Seu corpo, a plenitude dAquele que cumpre tudo em todos”. Efésios 1:22, 23. A igreja é edificada tendo Cristo como seu fundamento; deve obedecer a Cristo como sua cabeça. Não tem de confiar em homem, ou ser por homem controlada. Muitos pretendem que uma posição de confiança na igreja lhes dá autoridade para ditar o que outros hão de crer e fazer. Essa pretensão não é sancionada por Deus. O Salvador declara: “Todos vós sois irmãos.” Todos estão expostos à tentação e sujeitos ao erro. Em nenhum ser finito podemos confiar quanto à direção. A Rocha da fé é a presença viva de Cristo na igreja. Nela pode confiar o mais débil, e os que mais fortes se julgam se demonstrarão os mais fracos, a não ser que façam de Cristo Sua eficiência. “Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço”. Jeremias 17:5. O Senhor “é a Rocha, cuja obra é perfeita”. Deuteronômio 32:4. “Bem-aventurados todos aqueles que nEle confiam”. Salmos 2:12. DTN 291.

  "O Espírito de Deus é um poder convincente. Quando for soprado sobre a igreja haverá uma decidida mudança em sua eficácia espiritual. O Senhor Deus está pronto para concedê-Lo, mas muitos não reconhecem sua necessidade de recebê-Lo. São fracos, quando deveriam ser fortes; impotentes, quando poderiam ser poderosos por receberem a eficácia do Santo Espírito." Olhando Para O Alto, Pág. 317.


"Ao render-se Saulo inteiramente ao convincente poder do Espírito Santo, viu os erros de sua vida e reconheceu a amplitude dos reclamos da lei de Deus. Aquele que fora um orgulhoso fariseu, confiante na justificação por suas boas obras, curvou-se então perante Deus com a humildade e simplicidade de uma criancinha, confessando sua indignidade e pleiteando os méritos de um Salvador crucificado e ressurgido. Saulo ansiava por entrar em inteira harmonia e comunhão com o Pai e o Filho; e na intensidade de seu desejo de perdão e aceitação, elevou ferventes súplicas ao trono da graça." Minha Consagração Hoje, Pág. 38.




quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Protestar Contra a Perversão da Verdade

"Pelos passados 50 anos cada fase da heresia tem sido posta em ação contra nós... especialmente concernente à ministração de CRISTO no santuário celestial... imaginai que quando vejo o começo de uma obra que removeria alguns dos pilares de nossa fé, eu tenha algo a dizer? Devo obedecer a ordem, 'Enfrentai-o!'" Special Testimonies, Series B, nº 2, pág. 58.
 

"O inimigo das almas tem buscado introduzir a suposição de que uma grande reforma deveria ter lugar entre os adventistas do sétimo dia, e que essa reforma consistiria em renunciar às doutrinas que permanecem como pilares de nossa fé, e engajar-se num processo de reorganização. Caso essa reforma tivesse acontecido, o que resultaria? Os princípios da verdade que Deus em Sua sabedoria tem concedido à igreja remanescente seriam descartados. Nossa religião seria mudada. Os princípios fundamentais que têm sustentado a obra durante os últimos cinqüenta anos seriam considerados como erro. Uma nova organização seria estabelecida. Livros de uma nova ordem seriam escritos. Um sistema de filosofia intelectual seria introduzido. Os fundadores desse sistema iriam às cidades e realizariam uma maravilhosa obra. O sábado, logicamente, seria considerado levianamente, bem como o Deus que o criou. Nada seria permitido permanecer no caminho do novo movimento. Os líderes ensinariam que a virtude é melhor do que o vício, mas Deus sendo removido, eles depositariam sua dependência no poder humano, o qual, sem Deus, é sem valor. O seu fundamento seria edificado sobre a areia, e a tempestade e a tormenta levariam de roldão a estrutura ". Special Testimonies, Série B, # 7, págs. 39-40 (outubro de 1903). Mensagens Escolhidas, Vol. 1, ppág. 204-205.

"Ficaremos calados, por temor de ferir os sentimentos deles?... Ficaremos calados por receio de prejudicar a influência deles, enquanto almas estão sendo enganadas... Minha mensagem é: Não mais consintais em ouvir sem protestar contra a perversão da verdade." Special Testimonies, Series B, nº 2, pág. 9,15.


terça-feira, 13 de agosto de 2013

Considerai o Autor e Sumo Sacerdote CRISTO JESUS



No primeiro verso do terceiro capítulo de Hebreus temos uma exortação que compreende todas as injunções dadas ao cristão. "Por isso, santos irmãos, que participais da vocação celestial, considerai atentamente o Apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa confissão, JESUS". O fazê-lo, como recomendado na Bíblia, considerar a CRISTO contínua e inteligentemente, tal como Ele é, transformará a pessoa num perfeito cristão, pois "pela contemplação somos transformados".
Ministros do evangelho têm uma inspirada ordenança para conservarem o tema, CRISTO, continuamente perante as pessoas e dirigir a atenção de todos somente a Ele. Paulo declarou aos coríntios: "Porque decidi nada saber entre vós, senão a JESUS CRISTO, e este crucificado" (I Cor. 2:2), e não há razão para supor que sua pregação aos coríntios fosse diferente em qualquer respeito de sua pregação noutros lugares. De fato, ele nos diz que quando DEUS lhe revelou o Seu Filho, foi para que O pregasse entre os gentios (Gál. 1:15,16), e sua alegria era que a ele, Paulo, havia sido dada graça para "pregar aos gentios o evangelho das insondáveis riquezas de CRISTO" (Efés. 3:8).
Mas o fato de que os apóstolos fizeram de CRISTO o peso de toda a sua pregação não é nossa única base para magnificá-Lo. O Seu nome é o único nome sob o céu dado aos homens pelo qual podemos ser salvos. Atos 4:12. O próprio CRISTO declarou que nenhum homem pode ir ao PAI senão por intermédio Dele. João 14:6. A Nicodemos Ele disse: "E do modo por que Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado, para que todo o que Nele crê tenha a vida eterna". João 3: 14, 15.
Esse "levantar" de JESUS, conquanto diga primariamente respeito a Sua crucifixão, abrange mais do que um mero fato histórico; significa que CRISTO deve ser "levantado" por todos quantos crêem Nele, como o Redentor crucificado, cuja graça e glória são suficientes para suprir todas as maiores necessidades do mundo; significa que deveria ser "levantado" em todo o Seu imenso amor e poder como "DEUS conosco", a fim de que Sua divina atração possa atrair-nos para junto Dele. Ver João 12:32.
A exortação para considerar a JESUS, e também a razão para tanto, são dadas em Heb. 12:1-3: "Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso, e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos com perseverança a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, JESUS, o qual, em troca da alegria que Lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de DEUS. Considerai, pois, atentamente, aquele que suportou tamanha oposição dos pecadores contra Si mesmo, para que não vos fatigueis, desmaiando em vossas almas". É somente por considerar constantemente e com oração a JESUS tal como é revelado na Bíblia que podemos nos guardar de tornar-nos cansados de fazer o bem e de desanimar pelo caminho.
Novamente, devemos considerar a JESUS porque Nele "todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos". Col. 2:3. A quem quer que falte sabedoria é indicado pedir a DEUS que a concede liberalmente sem lançar em rosto, e a promessa é de que lhe será concedida. Mas a desejada sabedoria somente pode ser obtida em CRISTO. A sabedoria que não procede de CRISTO e que, em conseqüência, não conduz a Ele é somente loucura, pois DEUS, como fonte de todas as coisas, é o Autor da sabedoria; a ignorância de DEUS é a pior sorte de insensatez (ver Rom. 1:21, 22) e todos os tesouros da sabedoria e conhecimento estão ocultos em CRISTO, de modo que quem tem somente a sabedoria deste mundo nada sabe. E uma vez que todo o poder no Céu e na Terra é dado a CRISTO, o apóstolo Paulo declara que CRISTO é "o poder e a sabedoria de DEUS". I Cor. 1:24.
Há, contudo, um texto que brevemente sumaria tudo quanto CRISTO é para o homem e oferece a razão mais abrangente para considerá-Lo. É este: "Mas vós sois Dele, em CRISTO JESUS, o qual Se nos tornou da parte de DEUS sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção". I Cor. 1:30. Somos ignorantes, ímpios e perdidos. CRISTO é para nós justiça e redenção. Que abrangência! Da ignorância e pecado, à justiça e redenção. A mais elevada aspiração ou necessidade do homem não pode atingir os limites do que CRISTO é para nós e o que Ele somente é para nós. Razão suficiente é esta para que todos os olhos devam estar Nele fixos.
 E. J. Waggoner




quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Guia Simplificado da Mensagem de 1888


Importância de sua compreensão
Uma crescente inquietude assalta a muitos: ‘A mensagem de 1888 é tão importantes para que eu lhe dedique meu tempo?’

Sim. Ela é. Esta mensagem é aquilo por que clama o sedento coração de todo aquele que espera a segunda vinda, no mundo inteiro. Qual seria a razão dela impressionar a semelhança do resplendor de um relâmpago? Esta mensagem foi “o princípio” de uma explosão transbordante do Espírito, sem precedentes desde os dias do Pentecostes. Foi o começo “do derramamento da chuva serôdia proveniente do céu”. Era o refrigério das boas novas desejadas pelos corações enfermos de sede.

“A terra” iria ser “iluminada com Sua glória”. Verdadeiramente, uma luz deve iluminar o Islamismo, o Hinduísmo, o catolicismo, o protestantismo e o paganismo. “Outra voz do céu” deve abrir caminho até a alma humana: “Sai dela [Babilônia], povo meu”, dando cumprimento a tão esperada profecia de Apocalipse 18. Nosso emblema deveria incluir um “poderoso” quarto anjo, junto aos três habituais nas fachadas das igrejas e escolas.

[Nota do tradutor: Infelizmente, no tempo em que estamos traduzindo este material, nossa logomarca já não é mais os três anjos, mas mudou-se para um emblema de significado bem ecumênico e de acordo com uma visão popular do evangelho]

Esta mensagem é tão importante? Desde que os apóstolos revolucionaram “todo o mundo” (Atos 17:6), nenhuma outra mensagem realizou uma obra semelhante, se bem que o “Clamor da Meia Noite” de 1844 esteve próximo. O Senhor havia determinado preparar um povo ali mesmo, para enfrentar os últimos acontecimentos da história. A ordem do dia não era “prepare-se para a morte”, mas “prepare-se para a trasladação”.

Por menos que se fale, ela se mostra inquietante.

Porém, a mensagem do Senhor não consistia em uma aterrorizante exigência: “Faça o impossível !” Não era uma viagem ao “Faça você mesmo” debaixo da pressão do temor, mas era uma experiência de fé. Como o orvalho ao descer sobre os campos sedentos, a mensagem foi uma refrescante chuva de graça que “superabundou” muito mais que todo o abundante pecado que o diabo pode inventar. Ela cativava o coração. Começou propagar-se o resplendor de uma prazerosa esperança, pois possibilitava ver o caráter de Deus de uma forma distinta. E. White a descreveu como se ao dobrar uma esquina uma pessoa se encontrasse cara a cara com Jesus lhe sorrindo, e não franzindo o semblante, “um Salvador próximo, a mão; não distante” que nos pegasse pela mão e dissesse: “Venha!, Vamos para o céu!” As boas novas da Bíblia incendiaram como num sonho os corações desanimados. Foi surpreendente! Os adolescentes eram ganhos para o evangelho. Deus não estava procurando impedi-lo de entrar no céu, mas estava preparando-o para estar lá. Cada página da Bíblia envolta em trevas começou ser iluminada com a luz das boas novas.

Não deveríamos ter recebido tal mensagem de conteúdo tão transbordante? Certamente, assim como as novas dos pastores sobre o nascimento do Messias em Belém deveria ter trazido os sacerdotes em massa de Jerusalém, para darem-lhe as boas vindas. Mas nos aconteceu algo tão estranho quanto aconteceu com eles. Exceção feita a uma pequena minoria de ouvintes, a mensagem teve a mesma acolhida de “nossa” parte há cem anos atrás, como foi a que teve Jesus pelos judeus há milênios. A pena inspirada disse que se Cristo tivesse se achado fisicamente em pessoa, “haveríamos” de tratá-lo como o fizeram os judeus.

Em que constituiu a mensagem propriamente dita?

Foi simplesmente um ensino Evangélico habitual como o que temos ouvido durante toda a vida? “Jesus me ama, eu sei. Devemos procurar melhorar. Pecamos, e Jesus nos perdoa, por que reinventar a roda?” Alguns de nossos próprios teólogos tem pensado sinceramente que a mensagem de 1888 não era senão uma renovada ênfase dos ensinamentos da Reforma do século XVI, ou dos grupos evangélicos de nossos dias.

Todavia por baixo da superfície se esconde algo diferente. E. White compreendeu que a mensagem de 1888 ia muito mais além do que a mensagem das igrejas populares guardadoras do domingo. Era “verdadeiramente a mensagem do terceiro anjo”, “nova luz”, “uma mensagem que é a verdade presente para este tempo”, “luz do céu”, “a luz que deve iluminar a terra com sua glória”. Não era somente que Jesus perdoa o pecado; além disso, Ele nos salva do poder e da escravidão do pecado, agora mesmo. Existe esperança até para os viciados. Era a mais abrangente mensagem do evangelho que o mundo moderno já ouviu, uma vez que estava baseada na verdade da purificação do santuário. Eis aqui alguns pontos de destaque que recuperam a mensagem de 1888:

1.                 Um refrigerante enfoque da justificação pela fé. A idéia predominante há cem anos (e também agora) era que a justificação pela fé é somente o perdão dos pecados passados, uma manobra legal da parte de Deus, que remove a culpa de uma pessoa, contudo deixando o pecador que crê “pronto para morrer”. Não existe progresso real quanto a vencer o pecado, até a santificação. Porém a mensagem de 1888 vai muito mais longe. O que encheu de alegria o coração de E. White ao ouvir a mensagem, é que a justificação faz o crente obediente a todos os mandamentos de Deus. Obra que muitos acreditam ser exclusiva da santificação. Não é necessário esperar a santificação para saber o que significa guardar os mandamentos! Na genuína justificação pela fé, o coração é reconciliado com Deus; não é meramente um ato judicial que declara a absolvição dos pecados passados. Esta melhor compreensão significa que a pessoa pode desfrutar agora da vitória sobre o pecado, já que é impossível que o coração ser reconciliado com Deus sem ao mesmo tempo o ser com Sua santa lei. Esta poderosa verdade de piedade prática descansa sobre o firme fundamento de outra verdade não menos refrigerante:

2. Uma nova perspectiva da cruz de Cristo. Começou em 1882, na experiência onde o jovem E.J. Waggoner teve um vislumbre da cruz, como o centro e substância da mensagem do terceiro anjo. Quando Cristo deu seu sangue pelos pecados do mundo, redimiu a raça perdida. Ninguém é deixado de fora, uma vez que já estava certo “que pela graça de Deus provasse a morte por todos” (Heb. 2:9). Em outras palavras, Cristo morreu a segunda morte, o castigo final pelo pecado, por todas pessoas.

E realizou tudo isto antes que tivéssemos a mínima oportunidade de dizer sim ou não. Jesus se vinculou à alma de todo homem, indo até o nível mais profundo dela, até a fonte oculta de seu medo íntimo e pessoal da morte eterna. O sacrifício de Cristo livra o homem deste temor, que o mantinha escravizado “por toda a vida” (vers. 14 e 15). O pecador pode resisti-lo e recusa-lo para sua própria perdição, pois Cristo não força ninguém a ser salvo.

Isaías disse: “O Senhor fez cair sobre Ele o pecado de nós todos”. Paulo declara que “é o Salvador de todos os homens, principalmente daqueles que crêem”. E João afirma que “Ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo” (Isa. 53:6; 1 Tim. 4:10; 1 João 2:2).

Por acaso Cristo não faz nada por nós até que iniciemos o processo e o elejamos como nosso Salvador? É somente um Salvador possível, com um grande SE... condicional? É o pecador que primeiramente precisa fazer algo, como crer, e obedecer aos mandamentos, a fim de que Cristo se transforme em seu Salvador? Funcionamos, por acaso, como co-salvadores, ajudando a salvar-nos a nós mesmos? A mensagem de 1888 diz: Não, o sacrifício de Cristo é mais do que algo simplesmente provisional. Ele efetivamente  comprou nossa vida atual e tudo quanto possuímos e somos; comprou a salvação eterna em nosso favor e a entregou-nos na dádiva de Si mesmo (se bem que podemos recusá-la, apesar de Cristo ter cumprido tudo o que era necessário).

A paralisia espiritual da mornidão se origina no mais profundo de nós mesmos, na consideração de Cristo a semelhança de um banco que não faz nada, até que ingressemos com o depósito. Convertemos a Cristo em alguém impessoal, distante. Compete a nós dar o primeiro passo. Em outras palavras, fazemos que a nossa salvação dependa de nossa própria iniciativa. Mas a realidade é que Cristo já efetuou o depósito da vida eterna com todas as suas bênçãos, creditando-a imerecidamente em nossa conta bancária. Já é nossa “nEle”. Agora, tornamos efetivo o cheque e reconhecemos a benção, pela fé. Tal “obra de amor” produz por si mesma obediência interna e externa a Aquele que tudo entregou por nós. Tudo mais está incluído na experiência da justificação pela fé.

A conseqüência é que a única razão pela qual alguém pode finalmente perder-se é por haver resistido e recusado aquilo que Cristo já realizou em seu favor. Pela incredulidade, pode frustrar deliberadamente o dom que Deus colocou em suas mãos. Essa incredulidade é o pecado dos pecados, e é o pecado universal do mundo. Em outras palavras: se alguém finalmente for salvo, será devido à iniciativa de Deus ; e caso se perca será por sua própria iniciativa. Trata-se de deixar de resistir a Sua graça!

Por que é tão importante compreender isso? Porque o temor, como motivação, carece do poder necessário para preparar um povo para a volta de Cristo. Pode despertar temporariamente a alguns, mas nada mais. Existe uma motivação superior que E. White descreveu:

  “É nos mostrada a brevidade do tempo para nos estimular a buscar a justiça e fazer de Cristo o nosso amigo. Mas este não é o grande motivo. Tem sabor de egoísmo. É necessário que nos mostrem os terrores do dia de Deus para compelir-nos pelo medo a agir corretamente? Isto não deveria ser assim. Jesus é atrativo. Ele está cheio de amor, misericórdia e compaixão.”

  “Não é o medo do castigo, ou a esperança da recompensa eterna, que induz os discípulos de Cristo a segui-lo. Contemplam o incomparável amor do Salvador, revelado em Sua peregrinação na terra, desde o presépio de Belém até a cruz do Calvário, e a visão do Salvador atrai, enternece e subjuga a alma.”

3. Mais boas novas. O sacrifício de Cristo reverteu a “condenação” que pesava sobre todos nós “em Adão”. Literalmente, salvou o mundo de um suicídio prematuro que o pecado fez com que deparássemos. A cruz do Calvário está estampada em cada pão. “Ninguém, santo ou pecador, come seu alimento diário sem ser nutrido pelo corpo e sangue de Cristo.” Quando esta verdade se torna clara, aparece em todos os lugares da Bíblia:

  Pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo... Este pão é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo (João 6:33, 51)

  Mas a ofensa de Adão não pode ser comparada com o dom que temos recebido de Deus... O pecado de um só homem não pode comparar-se com o dom de Deus, pois por um só pecado veio a condenação, mas pelo dom de Deus os homens são declarados livres de seus muitos pecados... E assim como pela ofensa de Adão veio a condenação para todos os homens, o justo ato de Jesus Cristo tem trazido para todos os homens uma vida livre de condenação (Rom. 5:15-18. V. Dios habla hoy)
 

Uma poderosa motivação!

O resultado prático de crer nessas boas novas é que ao experimentarmos a justificação pela fé, é produzida em nós uma mudança de coração. Estávamos afastados de Deus, em inimizade com Ele; e agora O vemos como a um Amigo. Em outras palavras, “recebemos a reconciliação” (Rom. 5:7-11), “passamos a ter paz com Deus” (Id., V. Dios habla hoy), somos reconciliados com Ele, recebemos a expiação. Fomos redimidos da morte eterna! É como que alguém estando em um pelotão de fuzilamento, fosse libertado no último instante. Como falou Paulo, “Apresentai-vos a Deus como vivos dentre os mortos”. O cansado coração se vê livre da carga, quando flui esta “paz com Deus”. De agora em diante, nenhum sacrifício será demasiado difícil por Aquele que sabemos ter-nos livrado de tamanha destruição.

Semelhante amor nos constrange a viver para Ele, tornando em realidade fácil ser salvo, e difícil se perder. Este conhecimento impregnado de boas novas, constitui uma parte essencial da mensagem de 1888 da justiça de Cristo (Mat. 11:28-30; Atos 26:14).

Parece bom demais para ser verdade? E. White amava profundamente essas boas novas. Sua ilustração predileta era a proclamação da libertação dos escravos na qual, sob as ordens de Abraham Lincoln – em 1º de janeiro de 1863 – declarou-se legalmente livres todos os escravos dos territórios confederados.  No entanto, nenhum deles experimentou a liberdade até que ouviu as boas novas, creu nelas, e agiu como conseqüência. E. White compreendeu que essa mensagem do evangelho significaria o fim da onipresente mornidão. A alegria que sentiu a impedia de conciliar o sono à noite.

4. Uma benção adicional. Observando-se mais detidamente, a justificação pela fé é muito mais do que uma declaração legal de absolvição. Sendo que faz obediente a todos os mandamentos de Deus o pecador que crê, a benção inclui o quarto mandamento (o sábado). O selo de Deus é o segredo para vencer as inumeráveis imperfeições com as quais a raça humana está contaminada. Para todo aquele que verdadeiramente crê no evangelho, será impossível continuar vivendo em pecado, que é a transgressão da lei de Deus. Muitos sinceros guardadores do domingo começarão com alegria a guardar o sábado do sétimo dia quando o virem em sua relação com a justificação pela fé, e a purificação do santuário que começou em 1844. Podemos ver que a verdade do sábado deixa de trazer convicção aos corações, a menos que seja apresentada relacionada com a purificação do santuário.

5. Mas existe um problema. Tudo o que foi dito deixa, entretanto, um cabide onde podemos pendurar as dúvidas, até que possamos compreender o que é fé realmente. É um desejo egoísta de recompensa celestial, combinado com o desejo de escapar do inferno? Todos nós admitimos que o desejo de possuir uma magnífica mansão nesta terra pressupõe uma motivação egocêntrica. Porém, quando alguém se torna um cristão, não está simplesmente transferindo seu desejo de viver na opulência e bem estar, para a expectativa de ocupar um melhor lugar no céu? Se assim for, a motivação se mostrará baseada no interesse próprio. O interesse próprio não é capaz de despertar nada mais do que uma devoção limitada, cuja melhor expressão é definida pela palavra: mornidão.

A mensagem de 1888 traz a luz uma nova e superior motivação: o vivo desejo de honrar e vindicar a Cristo, como é ilustrado no sentimento de uma noiva para com seu noivo. Vai muito além de seus próprios desejos egoístas. A fé passa a ser uma profunda e sincera apreciação do grande amor revelado na cruz, independente de nosso anelo por recompensa ou medo do inferno. Transcende a qualquer motivação centrada no eu.

Tal “fé... opera por amor”. Não há limite para as boas obras, ao longo de toda a vida e pela eternidade.

6. Contudo mais boas novas. Todos nós estamos espiritualmente enfermos, e necessitamos de um médico para a nossa alma. Jesus teve que se submeter a uma disciplina especial, a fim de qualificar-se para ser nosso grande sumo sacerdote (ou psiquiatra divino):

  Portanto, visto que os filhos participam da carne e do sangue, também Ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo; e livrasse a todos os que , com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à escravidão... Pelo que convinha que em tudo fosse semelhante a seus irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, a fim de fazer propiciação pelos pecados do povo. Porque naquilo que Ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados... Pois não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, porém um que como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. (Heb. 2:14-18; 4:15)

O termo traduzido por “aniquilasse”, significa “paralisar”. Certo, Satanás não está morto, porém quando cremos nestas boas novas , ele fica paralisado.

7. Cristo como sumo sacerdote, veio tão perto de nós, ao tomar nossa natureza humana, que conhece plenamente a força de todas as nossas tentações. Resistiu “até o sangue, combatendo contra o pecado”. Seja qual for a tentação, não importa quão baixo tenhamos caído no pecado, por mais terrível que pareça nosso desespero, por mais dominados que estejamos pelo sentimento de culpa, “pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles.” Ele está ocupado no lugar santíssimo do santuário celestial 24 horas por dia, e jamais dorme (Heb. 12:4; 7:25).

É como você fosse o único paciente deste médico, recebendo atenção plena durante todo o tempo. Imaginemos ser o único paciente de um hospital, contando com toda a equipe de médicos e enfermeiras a nossa disposição! É isto que nos acontece na unidade de terapia intensiva de Cristo. Creiamos em quão maravilhosas são as boas novas, e nossa vida será transformada desde o aspecto mais profundo.

Este capítulo é somente uma breve antecipação das refrigerantes boas novas contidas nesta “preciosa mensagem”. Sugerimos começar com o livro ‘Introdução à Mensagem de 1888’(1), para um exame mais profundo do tema.


R.J.W.
(1) Disponível no site www.libros1888.com (em espanhol)


Tradução e comentário: C.H.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Irmãos Reformistas Tentam Defender a Doutrina da Trindade, Mas Concluem que Precisam Estudar Mais o Assunto.




O debate acerca da doutrina antibíblica da Trindade, que hoje sacode as fileiras da Igreja Adventista do Sétimo Dia, preocupa também a liderança do chamado Movimento de Reforma. O conhecido escritor A. Balbach até já lançou um obra de cunho preventivo em relação ao problema, intitulada Considerações Sobre a Divindade, cuja tradução em português estamos disponibilizando na íntegra, acompanhada desta análise, que procura expor a fragilidade, incoerências e indefinição da IASD-MR, sem considerar se teria havido ou não má fé na exposição de pensamentos feita pelo autor.
Inicialmente, Balbach afirma que as informações bíblicas acerca de Deus são suficientes para nossa salvação. Em seguida, amplia a fundamentação de sua pesquisa, assumindo o compromisso de apegar-se unicamente ao que está escrito sobre o assunto na Bíblia e nos livros da Sra. White.
Surpreendentemente, porém, começa imediatamente a citar livros de História, decisões de Concílios da Igreja Católica na definição da doutrina da Trindade e até idéias de Karl Barth e outros teólogos contemporâneos, além de pontos de vista católicos modernos. Esta é, pois, sua primeira grande incoerência!
Em segundo lugar, surge uma estranha argumentação que propõe um combate apenas aos "aspectos errôneos" da crença trinitariana. "Uma doutrina que não pode ser totalmente certa pode não estar totalmente errada", escreve A. Balbach. Em outras palavras, o escritor sugere que percamos tempo analisando uma doutrina que mistura verdade e erro, ainda que isto seja uma demonstração clara de que é de origem satânica. Pois, segundo a revelação, esse é um dos meios mais eficazes que o diabo utiliza para confundir e enredar o ser humano.
Para nossa maior surpresa, o livreto revela existir bom relacionamento entre a liderança do Movimento da Reforma e a liderança da IASD, a "Igreja Grande", a quem acusam por desvios doutrinários e por desatenção aos planos divinos. Ora, se a IASD está sob o desagrado divino, como ensinam e demonstram os reformistas, como pôde o ilustre escritor confiar em informações do Instituto de Pesquisa Bíblica, de Silver Spring, MD, ou mesmo acreditar no que disse o tendencioso LeRoy E. Froom? É, no mínimo, curioso que a IASD-MR se una à IASD ("Igreja Grande") para defender uma doutrina de origem católica.
Balbach se apropria da conhecida argumentação adventista em defesa da mais ecumênica de todas as doutrinas ditas "cristãs". E a partir daí, procura descredibilizar os pioneiros do movimento adventista, atribuindo a posição antritinitariana apenas a uns poucos líderes, como James White e Urias Smith, como se estes servos de Deus expressassem apenas opiniões pessoais ao redigir vários textos contra a Trindade, os quais foram divulgados em publicações oficiais da denominação.
Observe a maneira dúbia como o assunto é tratado: "Se alguns dos pioneiros escreveram artigos rejeitando a doutrina católica da Trindade, fizeram uma boa obra. Mas devemos ter em mente que seus escritos não estavam isentos de erro doutrinário. Portanto, não podemos acatar todos os seus pontos de vista como verdade evangélica." Elogia para, em seguida, rejeitar!

Fé dos adventistas pioneiros
James White escreveu tanto estes parágrafos reproduzidos logo abaixo, quanto o texto original de nossas crenças fundamentais (1872), mais tarde atualizado por Urias Smith e também reproduzido parcialmente a seguir. Mas Balbach trata-os como se representassem diferentes visões acerca de Deus, escritas por diferentes pessoas.
São parágrafos de artigos de James White para a Review and Herald, publicados em setembro de 1854 e em fevereiro de 1856:
Como erros fundamentais, precisamos classificar com o sábado falso outros erros que os protestantes trouxeram da Igreja Católica, tais como o batismo por aspersão, a trindade, a consciência dos mortos e a vida eterna em miséria. As massas que têm mantido esses erros fundamentais, têm-no feito sem dúvida em ignorância; mas pode-se supor que a igreja de Cristo prosseguirá com esses erros, até as cenas do juízo se revelaram perante o mundo? Julgamos que não. “Aqui estão [no período de uma mensagem dada pouco antes que o Filho do homem tome o Seu lugar sobre a nuvem branca, Apoc. 14:14] os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus”. Esta classe, que vive antes do segundo advento, não estará conservando as tradições dos homens, nem apegando-se a erros fundamentais relativos ao plano de salvação mediante Jesus Cristo.
E segundo a luz brilhe sobre estes assuntos, e é rejeitado pela massa, então a condenação virá sobre eles. Quando o verdadeiro sábado é apresentado aos homens, e as reivindicações do quarto mandamento lhes forem instadas, e rejeitarem esta santa instituição do Deus do céu, e escolherem em seu lugar uma instituição da besta, pode então ser dito, no sentido mais pleno, que esses adoram a besta. A mensagem de advertência do terceiro anjo é dada em referência a esse período, quando a marca da besta será recebida, em lugar do selo do Deus vivo. Solene e terrivelmente se aproxima rápido essa hora! -- Fonte: James White, Review and Herald, 12 de setembro de 1854.
O “mistério da iniqüidade” começou a operar na Igreja nos dias de Paulo. Finalmente suplantou a simplicidade do evangelho, e corrompeu a doutrina de Cristo, e a Igreja foi para o deserto. Martinho Lutero, e outros Reformadores, levantaram-se na força de Deus, e com a Palavra e Espírito, lograram poderosos avanços na Reforma. A maior falta que podemos encontrar na Reforma é que os Reformadores pararam de reformar. Tivessem ele prosseguido e avançado, até terem deixado todo vestígio do papado para trás, como a imortalidade natural, a aspersão, a trindade, e a guarda do domingo, a Igreja agora estaria livre de seus erros antibíblicos. -- Fonte: James White, Review and Herald, 7 fevereiro de 1856.
Pois bem, esse mesmo James White, em 1872, ao serem formulados os chamados Princípios Fundamentais dos ASD, assim se expressou sobre aquilo em que nós adventistas cremos (ou críamos!) acerca de Deus:
1. Que há somente um Deus, um ser pessoal, espiritual, o criador de todas as coisas, onipotente, onisciente e eterno, infinito em sabedoria, santidade, justiça, bondade, verdade, e misericórdia, imutável, e em toda parte apresentado por seu representante, o Espírito Santo. Sal. 139:7.
2. Que há um Senhor Jesus Cristo, o Filho do Eterno Pai, aquele por quem Deus criou todas as coisas, e por quem elas subsistem; que Ele assumiu a natureza da semente de Abraão para a redenção de nossa raça caída; que habitou entre os homens cheio de graça e verdade, viveu nosso exemplo, morreu nosso sacrifício, foi ressuscitado para nossa justificação, ascendeu ao alto para ser nosso único mediador no santuário celestial, onde, com seu próprio sangue, faz expiação por nossos pecados, cuja expiação, longe de ter sido feita na cruz, onde se deu somente a oferta do sacrifício, é a última porção de sua obra como sacerdote segundo o exemplo do sacerdócio levítico, que prenunciava e prefigurava o ministério do Senhor no céu. Ver Lev. 16; Heb. 8:4, 5; 9:6, 7: &c.
…………………………………………………………………………………
16. Que o Espírito de Deus foi prometido para manifestar-se na Igreja mediante certos dons, enumerados especialmente em 1 Cor. 12 e Efé. 4; que esses dons não têm desígnio de superar, ou tomar o lugar, da Bíblia, que é suficiente para fazer-nos sábios para a salvação, mais do que a Bíblia pode tomar o lugar do Espírito Santo; que, ao especificar os vários canais de sua operação, o Espírito tem simplesmente feito provisão para sua própria existência e presença com o povo de Deus até o fim do tempo, para conduzir a um entendimento dessa palavra que inspirou, para convencer do pecado, e operar uma transformação no coração e vida; e que aqueles que negam ao Espírito o seu lugar e operação, negam de fato plenamente essa parte da Bíblia que lhe atribui esta obra e posição.
Crê você, leitor, que o consagrado pastor James White pensaria pessoalmente de um determinado modo, mas teria descrito oficialmente a fé adventista de outro ao lidar com esse assunto da Divindade, apenas como se fosse um bom redator profissional, que não exprime suas opiniões, mas escreve o que lhe encomendam? De maneira alguma! O posicionamento dos adventistas pioneiros, como igreja, é muito claro: Eles NÃO criam na Trindade, tanto é que apenas Deus, descrito como o "Eterno Pai", e o Filho de Deus são citados inicialmente, nos dois primeiros tópicos. Mas o Espírito Santo, citado de passagem como "representante" volta a ser mencionado, assim mesmo identificado apenas como "Espírito de Deus" (não diz DEUS ESPÍRITO!), somente no tópico 16, que se refere aos dons espirituais.
A. Balbach está correto quando afirma que, "nesses Princípios Fundamentais, nem o arianismo nem o trinitarianismo são mencionados entre as crenças adventistas fundamentais". Mas se equivoca quando diz que "o que concerne ao entendimento da Divindade, o Movimento ASD de Reforma herdou a posição histórica da IASD (1872)", uma vez que, com referência à Divindade, os Princípios de Fé (1925) da IASD-MR acrescentaram um terceiro tópico à fé adventista original, referente ao Espírito Santo, como se este fosse um terceiro ser divino ao lado de Deus, o Pai, e de Seu Filho. É o que você pode confirmar abaixo:
a) Deus - Cremos que há somente um Deus, que mediante a Sua infinita sabedoria e poder todo-poderoso criou o céu e a Terra (Êxo. 20:2,3; Isa. 45:5,6,18): Deus é um ser espiritual (João 4:24), eterno, sem princípio e sem fim (Apo. 21:6), presente em toda parte (Sal. 139: 1, 2), entronizado nos céus, e não pode ser visto pelo homem em seu presente estado pecaminoso (1 Tim. 6:16; Isa. 59:2; João 1:18; Êxo. 33:20). Somente mediante fé podemos ir a Deus (Heb. 11:6).
b) Jesus Cristo - Cremos que Jesus Cristo é o Filho de Deus vivo e que Ele é um em natureza com o Pai (Heb. 1:1-3, 5). Desde a eternidade todas as coisas no céu e na Terra foram criadas mediante Ele (Col. 1:15-17). Portanto, somente Ele pode ser Mediador entre Deus e o homem (1 Tim. 2:5). Em harmonia com o testemunho dos profetas Ele foi nascido como um ser humano sobre a Terra em Belém da Judéia, da virgem Maria, concebido pelo Espírito de Deus (Mat. 1:18-23). Somente mediante Sua morte e pela fé em Sua graça livremente concedida podemos ser salvos (Lucas 1:77-79; Atos 4:12; João 14:15; 1 João 2:3-6.
c) O Espírito Santo - Cremos que o Espírito Santo é o representante de Cristo sobre a Terra (João 14:16). Sem Ele é impossível compreender e viver segundo a vontade de Deus. Também, é impossível interpretar corretamente a Palavra divina sem a ajuda do Espírito Santo (João 14:26; 1 Cor. 2:11). O Seu poder deriva do Pai e do Filho, e é ativo também mediante os seres humanos (2 Ped. 1:21; 1 Ped. 1:11). O Espírito Santo é um com o Pai e o Filho, portanto, os crentes são batizados não somente nesses nomes, mas também no nome do Espírito Santo após tornarem-se relacionados com o mesmo (Mat. 28:19; 1 João 5:7; 2 Cor. 13:14). [Negrito acrescentado para destaque.]
Observe, porém, que apenas o Pai é identificado como Deus; que Jesus é descrito como "o Filho de Deus vivo"; e que, embora o terceiro tópico (letra c) afirme que "o Espírito Santo é um com o Pai e o Filho", não diz que este seja um ser divino idêntico ao Pai e ao Filho e explica-se que "o Seu poder deriva do Pai e do Filho", situando-o em um plano hierárquico inferior, de subordinação. Outro detalhe importante é que o mesmo Salmo 139 citado pelos adventistas pioneiros em referência ao Espírito de Deus é mencionado no credo reformista para referir-se à onipresença do Pai.
E veja a conclusão de A. Balbach acerca disto: "À luz de nossos Princípios de Fé (1925), como pode ser visto, não ensinamos a doutrina católica da Trindade. Em 1925 herdamos a crença de que a IASD incorporou em seus Princípios Fundamentais (1872), ou seja, que o Espírito Santo é o “representante” de Deus. Com referência à Divindade, devemos repetir, a posição adotada pelos Reformadores ASD (1925) não difere da posição definida pelos pioneiros adventistas (1872)." [Negrito acrescentado para destaque.]
E diz mais: "É verdade que os pioneiros ASD rejeitaram a doutrina católica da Trindade, e assim se dá com o Movimento ASD de Reforma. Nem nas Escrituras nem nos Testemunhos encontramos apoio para esse dogma."
Pena que, logo depois, Balbach parece mudar de idéia e, voltando a defender a doutrina da Trindade, acrescenta: "No que concerne à verdade doutrinária, não temos dúvida de que precisamos ficar do lado dos pioneiros--mas somente na medida em que estiveram firmados na verdade. Nem tudo em que criam era correto."
Momentos de imparcialidade em sua argumentação voltam a acontecer apenas em pontos isolados dos capítulos seguintes, quando diz, por exemplo:
"A relação entre o Pai e o Filho não está dentro do domínio de nosso conhecimento especulativo. Devemos nos abster de pressuposição e nunca reivindicar conhecer mais do que o que está escrito e nunca forçar a Bíblia ou o Espírito de Profecia a dizer o que não dizem."
"Em vista das repetidas advertências de Deus, permaneçamos firmados no fundamento sobre o qual ele colocou o Movimento ASD de Reforma--a infalível Palavra de Deus--e sejamos cuidadosos para não irmos além de um repetido 'Está escrito'."
Acertadamente também, deixa em aberto para estudo posterior a questão da subordinação hierárquica do Filho de Deus a Seu Pai, o que é negado pelos trinitaristas absolutos:
"Jesus disse: “Meu Pai é maior do que Eu”. João 14:28. E a Irmã White escreveu: 'O Filho de Deus era o próximo em autoridade ao grande Legislador'. RH 17 de dezembro de 1872. Paulo declarou que Jesus 'não julgou ser usurpação ser igual a Deus' (Filipenses 2:6). E, novamente, a serva do Senhor escreveu: 'O Filho... fosse tão grande como o Pai sobre o trono do Céu...' (3ME 128).  Não obstante, o Filho é subordinado ao Pai: João 5:19, 30; 8:29 (cf 13:16); João 14:28 (cf. Mateus 11:27); 1 Coríntios 3:23; 8:6; 11:3; 15:27, 28; Efésios 4:6. Este é um dos pontos que devem ser deixados em aberto para estudo posterior." [Negrito acrescentado para destaque.]

Conclusões honestas
Embora afirmações contraditórias atribuídas a Ellen G. White pareçam atrapalhar o raciocínio de A. Balbach ao longo do livreto, em suas conclusões finais, o autor reformista demonstra grande honestidade em suas afirmações. Confira você mesmo:
Como o leitor deve ter notado, nossas considerações a respeito da Divindade [não diz Trindade!] baseiam-se no que está escrito. Muitos textos, alguns dos quais parecem conflitar-se com outros, desafiam nossa limitada compreensão humana. Por exemplo, como pode o Espírito Santo ser descrito como um poder do Pai e do Filho, e ao mesmo tempo ser representado como uma pessoa viva, um Ser santo, uma personalidade distinta? Como poderia Ele tomar parte nos conselhos da Divindade e na elaboração do plano da redenção? Como pode ser onisciente [onipresente?] e exercer ações inteligentes?
A mente finita insatisfeita pode prosseguir indagando: O que é o Espírito Santo? Uma pessoa? Um poder? Ou ambos? Em outras palavras, é Ele uma personalidade espiritual, sem um corpo físico, mas investido com inteligência e poder? Se você, meu querido estudante da Bíblia, não tem a resposta, estamos ambos no mesmo barco, porque tampouco contamos com todas as respostas. E se aceita o que está escrito, e recusa a ir além de um  “Assim diz o Senhor”, não deve haver discordância entre você e eu. ...
...Juntos com a Irmã White ressaltamos que a Divindade, o relacionamento entre o Pai e o Filho, e a natureza do Espírito Santo, estão envolvidos em mistérios que não deviam tornar-se uma matéria de especulação e discussão entre o povo remanescente de Deus. Atentemos à advertência da mensageira escolhida do Senhor:
Advertir o povo adventista contra a introdução da doutrina católica da Trindade é necessário; mas sejamos cuidadosos para não ir de um extremo a outro. É definitivamente errado colher dos escritos do Espírito de Profecia o que não concorde com nossas idéias ou que esteja além de nossa compreensão. ...
...Em conclusão, precisamos dizer que, a despeito de toda evidência que uma pessoa possa ter para o seu ponto de vista a respeito da Divindade, a posição mais segura é deixar a porta aberta para maior investigação e luz adicional. Que o Senhor abençoe todos os sérios estudantes da Bíblia! [Negrito e frases entre colchetes acrescentados para destaque.]
 -- Robson Ramos

Para Baixar e ler a íntegra do documento reformista acerca da Divindade, clique aqui.


 

domingo, 4 de agosto de 2013

Arrependimento e o Dia da Expiação X Incidente Histórico de 1888




A purificação do santuário nunca pode completar-se até o incidente histórico de 1888 tornar-se plenamente entendido e o problema espiritual subjacente resolvido. Esse segmento particular de nossa história é especial­mente significativo. Isso está implícito  numa  declaração  escrita por Ellen White ao presidente da Associação Geral, O. A. Olsen, quatro anos após a assembléia de Mineápolis:

"O pecado cometido no que teve lugar em Mineápolis permanece nos livros de registro do céu, assinalados contra os nomes daqueles que resistiram à luz, e permanecerá nos registros até que se faça plena confissão, e os transgressores se apresentem em total humildade perante Deus." (Carta 019, 01.09.1892).

Escritos seus posteriores indicam que "plena confissão" nunca foi feita e que a experiência de "total humildade perante Deus" não se fez sentir na maioria deles. Aqueles irmãos morreram todos, mas isso não significa que os "livros de registro do céu" estejam automaticamente apagados. Eles registram o pecado coletivo, bem como o pecado pessoal. A verdade fundamental que tem tornado os adventistas do sétimo dia um povo único é o de que a morte não purifica os livros de registro celestiais. A purificação deve ocorrer no "juízo investigativo", um Dia de Expiação coletivo e final.

A questão em debate não é a salvação das almas daqueles queridos líderes de um século atrás que resisti­ram à mensagem. Eles descansam no Senhor, em paz, enquanto permanecem prisioneiros em suas tumbas. A questão agora é a finalização da obra de Deus sobre a terra, desenvolvendo uma empatia há muito necessária com o Senhor de modo a que possamos verdadeiramente dar-Lhe "glória, porque vinda é a hora do Seu juízo". Precisamos recobrar nesta geração a bênção valiosíssima que nossos irmãos de um século atrás "sonegaram ao mundo" e "ao nosso povo, em grande medida" (1SM, 234, 235). Somos "um corpo" em Cristo, "uma cidade" ou uma comunidade espiritual coletivamente envolvida com aqueles irmãos do passado. O pecados deles é o nosso peca­do, à parte de arrependimento específico, inteligente.

O "corpo" está morno, afetado com enfermidade espiritual que pode ter origens identificadas que remontam a 1888. Uma nova geração deve agora interpretar corretamente o que ocorreu numa geração passada devido a suas profundas implicações para nossa condição espiritual hoje. A mensagem de Cristo para a Sua igreja dos últi­mos dias requer implicitamente um reexame de nossa história que subjaza  nosso complexo de "rico estou, de nada tenho falta" (Apocalipse 3:14-21).

Uma falha em assim fazer acarreta sobre nós a culpa de gerações passadas. Estamos sendo provados tão verdadeiramente quanto eles o foram. A semelhança do Calvário, 1888 é mais do que um mero evento histórico. A providência de Deus não permitirá que seja coberto pelo pó no sótão do adventismo, esquecido por uma nova geração. Aquilo representa o desenvolvimento de princípios que se aplicam novamente a cada geração até a vitória final da verdade.
Num certo sentido real, hoje estamos cada qual junto ao Calvário; também somos "delegados" da Assembléia de 1888. Seremos chamados a cumprir o que uma geração passada falhou em fazer. Uma profecia inspirada nos fala de como 1888 deve ser reexaminado:

"Deveríamos ser o último povo sobre a terra a abrigar no grau mais ínfimo o espírito de perseguição contra aqueles que estão levando a mensagem de Deus ao mundo. Esse é o mais terrível aspecto da falta de espírito cristão que já se manifestou entre nós desde a reunião de Mineápolis. Algum tempo será visto em seu verda­deiro caráter, com todo o peso dos ais que dele resultou. (GCB 1893, p.184; ênfase adicionada).

Um ex-presidente da Associação Geral também reconheceu que esta questão de 1888 deve permanecer um contínuo teste entre nós até que finalmente vençamos de fato:

"Alguns podem sentir-se melindrados ante a idéia de que Mineápolis seja citado [nestas reuniões, 1893]. Sei que alguns sentiram-se ofendidos e melindrados ante qualquer alusão àquela assembleia, e à situação ali. Mas tenhamos em mente que a razão porque alguém deva sentir-se assim é um espírito insubmisso de sua parte. Tão logo nos submetamos inteiramente, e humilhemos nosso coração perante Deus, a dificuldade se esvairá completamente. A própria ideia de que alguém se melindra revela imediatamente a semente da rebelião no coração. . . 
"Se falhamos numa ocasião, o Senhor nos lançará ao chão novamente; e se nós falhamos pela segunda vez, Ele novamente nos arrojará abaixo; e se falharmos uma terceira vez, o Senhor nos porá por terra  uma  vez mais. . . . Em lugar de nos sentirmos incomodados com a idéia de que o Senhor nos está arrojando ao mesmo chão, sejamos-Lhe gratos, e louvemo-Lhe incessantemente, pois essa é a misericórdia e compaixão de Deus. Qualquer outra coisa além disso é nossa ruína e destruição."  (O. A. Olsen, Ibid., p. 188).

Hoje pode haver alguns que também se sentem "ofendidos e melindrados" de que se proceda uma tal in­vestigação da nossa história. Por que prestar tanta atenção ao passado trágico? Por que não  esquecê-lo e ir "adiante" de onde agora estamos?

Segundo esse presidente da Associação Geral de 1893, sensíveis sentimentos de ressentimento a respeito de 1888 indicam uma atitude de coração em guerra com o Espírito Santo de Deus. Talvez o Senhor o impressionou a dizer o que disse. E Ellen White também nos lembra que há terrível perigo de esquecer o passado (VE 196). Uma predição feita por A. T. Jones na mesma sessão de 1893 parece propositalmente assestada sobre esse alvo:

"Haverá coisas vindouras que serão mais surpreendentes do que foi para aqueles que estavam em Mineápolis,--mais surpreendentes  do  que qualquer coisa que já tenhamos contemplado. E, irmãos, nos será requerido receber e pregar essa verdade. Mas a menos que você e eu tenhamos toda fibra desses espírito enraizado em nossos  corações,  trataremos essa mensagem e o mensageiro pela qual for enviada, como Deus tem declarado que temos tratado esta outra mensagem [de 1888]."  (GCB 1893, p. 185).

"Em 1888 na Conferência Geral realizada em Minneapolis, Minnesota, o anjo de Apocalipse 18 desceu para fazer sua obra, e foi ridicularizado, criticado e rejeitado, e quando a mensagem que ele trouxer novamente, alargar-se num alto clamor, será novamente ridicularizada, criticada e rejeitada pela maioria." E.G.White in Taking Up a Reproach. Também encontrado em Some History, Some Expe­rience, Some Facts, p. 1, por A.T.Jones. 

"Vi que Jones e Waggoner tiveram sua contrapartida em Josué e Calebe. Como os filhos de Israel apedrejaram os espias com pedras literais, vós apedrejastes esses irmãos com pedras de sarcarmo e ridículo. Vi que vós voluntariamente rejeitastes o que sabíeis ser a verdade. Apenas porque ela era por demais humilhante para a vossa dignidade. Vi alguns de vós em vossas tendas arremedando e fazendo toda a sorte de galhofas desses dois irmãos. Vi também que se tivéssemos aceito a mensagem deles teríamos estado no reino após dois anos daquela data, mas agora temos de retornar ao deserto e ficar 40 anos." E.G.White, Escrito de Melbourne, Austrália, 09.05.1892.


Extraido do Livro: 1888 Re-Examinado. 

Aconselhamos a todos os amados irmãos a dedicarem tempo e oração no estudo e compreensão da verdadeira justificação pela fé.

O que Dizia a Mensagem de 1888.



Alistamos em forma bastante breve um resumo dos elementos singulares, essenciais daquela mensagem. Os leitores reconhecerão que esses conceitos estão em contraste com as ideias geralmente (ou oficialmente) tidas pelo nosso povo hoje (a documentação está disponível nos livros citados na nota de rodapé):



(1) O sacrifício de Cristo não é meramente provisional mas eficaz para o mundo inteiro, de modo que a única razão pela qual alguém pode perder-se é preferir resistir à graça salvadora de Deus. Para aqueles que por fim se salvarão, Deus foi quem tomou a iniciativa; no caso dos que se perderem, eles é que tomaram a iniciativa. A salvação é pela fé; a condenação é por descrença.

(2) Assim, o sacrifício de Cristo legalmente justificou "todo homem", e literalmente salvou o mundo da destruição prematura. Todos os homens devem-Lhe mesmo a sua vida física, crendo Nele ou não. Cada fatia de pão está assinalada com Sua cruz. Quando o pecador ouve e crê no puro evangelho, é justificado pela . Os perdidos deliberadamente negam a justificação que Cristo já efetuou por eles.

(3) A justificação pela é, portanto, muito mais do que uma declaração legal de absolvição; ela trans­forma o coração. O pecador agora recebeu a expiação, que é reconciliação com Deus. Uma vez que é impossível ser verdadeiramente reconciliado com Ele e não ser também reconciliado com a Sua santa lei, segue-se que a verdadeira justificação pela torna o crente obediente a todos os mandamentos de Deus.

(4) Essa maravilhosa obra é cumprida mediante o ministério do novo concerto no qual o Senhor realmente escreve a Sua lei no coração do crente. A obediência é amada, e a nova motivação transcende o temor de estar perdido ou de espera de recompensa por estar salvo (qualquer dessas motivações é o que Paulo quer dizer com a frase "debaixo da lei"). O velho e novo concertos não são questões de tempo, mas de condição. A fé de Abraão capacitou-o  a viver sob o novo concerto, enquanto multidões de cristãos hoje  vivem debaixo do velho concerto devido a que a preocupação centralizada no eu é a sua motivação. O velho concerto era a promessa do povo para ser fiel; sob o novo concerto a salvação vem de crer nas promessas de Deus para nós, não de fazermos promessas a Ele.

(5) O amor de Deus é ativo, não meramente passivo. Como o Bom Pastor, Cristo está ativamente em busca da ovelha perdida. Nossa salvação não depende de buscarmos o Salvador, mas de crermos que Ele está à nossa procura. Aqueles que estão perdidos finalmente continuam a resistir e desprezar a atração de Seu amor. Esta é a essência da descrença.

(6) Assim, é difícil estar perdido e é fácil ser salvo se se compreende e crê quão boas são as boas novas. O pecado é um constante resistir a Sua graça. Uma vez que Cristo já pagou a penalidade do pecado de todo homem, a única razão por que alguém pode ser condenado no final é a persistente descrença, uma recusa em apreciar a redenção provida por Cristo sobre a cruz e por ele ministrada como Sumo Sacerdote. O verdadeiro evangelho traz à lume essa descrença e conduz a um arrependimento efetivo que prepara o crente para o retorno de Cristo. O orgulho humano e o louvor e lisonja a seres humanos é incompatível com a verdadeira fé em Cristo, mas é um sinal seguro da persistente descrença, mesmo dentro da igreja.

(7) Ao buscar a humanidade perdida, Cristo seguiu o caminho completo, tomando sobre Si a natureza caída e pecaminosa do homem após a queda. Isso Ele fez para que pudesse ser tentado em todos os pontos como nós, e, contudo, demonstrar perfeita justiça "à semelhança de carne pecaminosa". A mensagem de 1888 aceita o termo "semelhança" como tendo o seu sentido óbvio, não o de dessemelhança. Justiça é uma palavra nunca aplicada a Adão em seu estado não caído, nem aos anjos sem pecado. Somente pode traduzir uma santidade que entrou em conflito com o pecado na decaída carne humana, e sobre ele triunfou.

Assim, "a mensagem da justiça de Cristo" que Ellen White endossou tão entusiasticamente na época de 1888 está enraizada nessa única visão da natureza de Cristo. Se Ele tivesse assumido a natureza sem pecado de Adão antes da queda, o termo "justiça de Cristo" seria uma abstração sem sentido. Os mensageiros de 1888 reconheceram o ensino de que Cristo tomou somente a natureza sem pecado de Adão antes da queda como um legado do romanismo, a insígnia do mistério da iniqüidade que O mantém "afastado" e não "ao alcance da mão".

(8) Assim, nosso Salvador "condenou o pecado na carne" da decaída humanidade. Isso significa que Ele superou o pecado pela lei; o pecado tornou-se desnecessário à luz de Seu ministério. É impossível ter a verdadeira fé neotestamentária em Cristo e continuar em pecado. Não podemos escusar o contínuo pecar declarando que "somos apenas humanos" ou que "o diabo me levou a fazê-lo". δ luz da cruz, o diabo não pode forçar ninguém a pecar. Ser  verdadeiramente humano é ser semelhante a Cristo em caráter, pois Ele era e é plenamente humano, tanto quanto divino.

(9) Segue-se que o único elemento de que precisa o povo de Deus a fim de preparar-se para o retorno de Cristo é aquela genuína do Novo Testamento. Mas isto é precisamente o elemento de que carece a igreja. Ela se imagina doutrinária e experimentalmente "rica", de nada tendo falta, quando na verdade o seu pecado básico é uma patética descrença. A justificação é pela fé; é impossível ter fé e não demonstrar justiça na vida, porque a verdadeira fé opera pelo amor. As falhas morais e espirituais são o fruto de perpetuar o antigo pecado de Israel de descrença hoje, mediante a confusão de uma falsa justificação pela fé.

(10) A justificação pela fé desde 1844 é "a terceira mensagem angélica em verdade". Assim ela é maior do que aquilo que os reformadores ensinavam e as igrejas populares hoje entendem. É uma mensagem de graça abundante compatível com a verdade adventista singular da purificação do santuário celestial, uma obra contingente com a plena purificação dos corações do povo de Deus sobre a terra.

1. The 1888 Message--An Introduction [A Mensagem de 1888 -- Uma Introdução], Review and Herald, 1980; Gold Tried in the Fire [Ouro provado no fogo], Pacific Press, 1983; The Good News is Better Than You Think [As boas novas são melhores do que você pensa], Pacific Press 1985; A Summary of the History and Content of the 1888 Message [Um sumário da história e conteúdo da mensagem de 1888], 1977, The 1888 Message Study Committee [Comissão de Estudo da Mensagem de 1888].

Extraido do Livro: 1888 Re-Examinado. 

Aconselhamos a todos os amados irmão a dedicarem tempo e oração no estudo e compreensão da verdadeira justificação pela fé.

sábado, 3 de agosto de 2013

Livro de Alberto Timm (Unaspress) Comprova que Andrews Ensinava que a Trindade faz Parte do "Vinho de Babilônia"



As novas gerações de adventistas, talvez, desconheçam a importância histórica do Pastor John Nevins Andrews, identificado na maioria das vezes pelas iniciais J. N. Andrews, ou em português por João Nevins Andrews.
J. N. Andrews (1829-1883) nasceu quinze anos antes do grande desapontamento de 1844, na pequena cidade de Poland, estado do Maine, EUA. E esteve intimamente ligado com Tiago e Ellen White na liderança e trabalho evangelístico da Igreja Adventista do Sétimo Dia.
Como intelectual e teólogo autodidata, teve grande participação no desenvolvimento de nossas doutrinas. Foi ele que identificou a besta de dois chifres de Apocalipse 13 com os Estados Unidos da América. Em 1855, depois de uma investigação minuciosa, Andrews adotou o pôr-do-sol de sexta-feira como o início do sábado (Ver Lev. 23:32).
Andrews também ajudou a organizar a igreja como pessoa jurídica, a fim de que pudessem adquirir e manter propriedades em nome dela. Nesse período, exerceu forte influência na elaboração dos primeiros estatutos e regimento da IASD.
Durante a Guerra Civil, Andrews fez pressão junto às autoridades para que os soldados adventistas fossem dispensados de lutar. Em 1860, envolveu-se também na organização da primeira editora adventista. No ano seguinte, publicou um extenso trabalho de pesquisa, intitulado History of the Sabbath & the First Day of the Week. Essa obra procurou documentar a guarda do sábado do sétimo dia ao longo da história.
Andrews foi Presidente da Conferência Geral de 1867 a 1869. Entre 1869-1870, trabalhou como editor da Review and Herald.
Ele é considerado um dos principais pioneiros do movimento missionário mundial. Em 1874, tornou-se o primeiro missionário adventista na Suíça, onde procurou organizar os grupos de guardadores do sábado e unificá-los doutrinariamente. Enquanto vivia em Basel, contraiu tuberculose e morreu aos 54 anos.
O livro História do Adventismo conta que a mente de Andrews permaneceu clara e seu ânimo vivo no Senhor. Embora jazesse no leito como um esqueleto vivo, permaneceu dando instruções a seus auxiliares quase até o fim.
Relembrar J. N. Andrews, atribuindo seu nome à nossa principal Universidade, nos Estados Unidos, justifica-se, portanto, como uma homenagem mais do que merecida.

Everett Dick, no livro Fundadores da Mensagem, publicado pela Casa Publicadora Brasileira, em 1995, inclui J. N. Andrews entre os sete principais personagens da história da Igreja Adventista do Sétimo Dia, descrevendo-o nessa biografia como Teólogo-Pioneiro, Defensor do Sábado e Primeiro Obreiro de Além-Mar.

 

Note que J. N. Andrews é descrito não apenas como um dos fundadores da Igreja Adventista do Sétimo Dia, mas como um fundador da Mensagem Adventista do Sétimo Dia!
É o peso de sua contribuição no estabelecimento de nossos fundamentos doutrinários que nos leva destacar o que é dito sobre Andrews e a doutrina da trindade, pelo diretor do Centro de Pesquisas Ellen G. White, do Brasil, e do Centro Nacional da Memória Adventista, especialista na teologia e nas doutrinas adventistas, com título de Ph.D. obtido exatamente na Universidade Andrews, professor Alberto R. Timm, em seu livro O Santuário e as Três Mensagens Angélicas - Fatores Integrativos no Desenvolvimento das Doutrinas Adventistas, págs. 191-192:

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