sábado, 11 de agosto de 2012

Qual Deve Ser a Posição do Povo de Deus Quanto à Política?


Peregrinos e Estrangeiros
 
"O Senhor vem, e nós precisamos agora ter em nossos vasos e em nossas lâmpadas o óleo da graça. Pergunto: Quem estará agora ao lado do Senhor? Antes de Jesus ir embora, prometeu voltar e levar-nos para Si mesmo, “para que onde Eu estiver”, disse Ele, “estejais vós também”. Somos estrangeiros e peregrinos neste mundo. Devemos esperar, vigiar, orar e trabalhar. Toda a mente, toda a alma, todo o coração, e toda a força, foram comprados pelo sangue do Filho de Deus. Não devemos julgar ser nosso dever usar uma roupa de peregrino justamente de tal cor, justamente de tal formato, mas vestes asseadas e modestas que a Palavra inspirada nos ensina dever usar. Se nosso coração estiver unido com o de Cristo, teremos o mais intenso desejo de ser revestidos de Sua justiça. Nada será colocado sobre a pessoa para atrair a atenção ou criar controvérsia. Cristianismo — quantos há que não sabem o que ele é! Não é algo posto no exterior. É uma vida ornada com a vida de Cristo. Significa estarmos usando as vestes da justiça de Cristo. Quanto ao mundo, dirão os cristãos: Não nos intrometeremos na política. Dirão decididamente: Somos peregrinos e estrangeiros; a nossa cidadania é de cima. Não serão vistos escolhendo companhia para o divertimento. Dirão: Deixamos de ser apaixonados por coisas infantis. Somos estrangeiros e peregrinos e olhamos para uma cidade que tem fundamento e cujo construtor e autor é Deus." Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, Pág. 130-131.


 "Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas; mas vendo-as de longe, e crendo-as e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra. Porque, os que isto dizem, claramente mostram que buscam uma pátria. E se, na verdade, se lembrassem daquela de onde haviam saído, teriam oportunidade de tornar. Mas agora desejam uma melhor, isto é, a celestial. Por isso também Deus não se envergonha deles, de se chamar seu Deus, porque já lhes preparou uma cidade."Hebreus 11:13-16
 
"Porque não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a futura." Hebreus 13:14 
 
 Cristo nosso exemplo
 

"Por mais de uma vez Cristo foi solicitado a decidir questões políticas e jurídicas; mas recusava-Se a interferir em assuntos temporais.... Ele ocupava no mundo o lugar de Cabeça do grande reino espiritual para cujo estabelecimento aqui viera — o reino da justiça. Seus ensinos tornaram claros os princípios enobrecedores, santificadores que regem Seu reino. Mostrou que a justiça, misericórdia e amor são as forças dominantes no reino de Jeová." Obreiros Evangélicos, Pág. 396.

"Mas Ele disse: “O Meu reino não é deste mundo”. João 18:36. Não quis aceitar o trono terrestre. O governo sob que Jesus viveu era corrupto e opressivo; clamavam de todo lado os abusos — extorsões, intolerância e abusiva crueldade. Não obstante, o Salvador não tentou nenhuma reforma civil. Não atacou nenhum abuso nacional, nem condenou os inimigos da nação. Não interferiu com a autoridade nem com a administração dos que se achavam no poder. Aquele que foi o nosso exemplo, conservou-Se afastado dos governos terrestres. Não porque fosse indiferente às misérias do homem, mas porque o remédio não residia em medidas meramente humanas e externas. Para ser eficiente, a cura deve atingir o próprio homem, individualmente, e regenerar o coração. Não pelas decisões dos tribunais e conselhos, nem pelas assembléias legislativas, nem pelo patrocínio dos grandes do mundo, há de estabelecer-se o reino de Cristo, mas pela implantação de Sua natureza na humanidade, mediante o operar do Espírito Santo." Desejado de Todas as Nações, Págs, 357-358.


Relato de Ellen White em 16 de Junho de 1899 sobre nossa posição quanto a política

Resumo contido no Livro Obreiros Evangélicos:
 
 "Os que ensinam a Bíblia em nossas igrejas e escolas, não se acham na liberdade de se unir aos que manifestam seus preconceitos a favor ou contra homens e medidas políticos, pois assim fazendo, incitam o espírito dos outros, levando cada um a defender suas idéias favoritas. Existem, entre os que professam crer na verdade presente, alguns que serão assim incitados a exprimir seus sentimentos e suas preferências políticas, de maneira que se introduzirá na igreja a divisão. O Senhor quer que Seu povo enterre as questões políticas. Sobre esses assuntos, o silêncio é eloqüência. Cristo convida Seus seguidores a chegarem à unidade nos puros princípios evangélicos que são positivamente revelados na Palavra de Deus. Não podemos, com segurança, votar por partidos políticos; pois não sabemos em quem votamos. Não podemos, com segurança, tomar parte em nenhum plano político. [...] Os que são genuinamente cristãos são ramos da Videira verdadeira, e darão o mesmo fruto que ela. Agirão em harmonia, em comunhão cristã. Não usarão distintivos políticos, mas os de Cristo. Que devemos então fazer? — Deixai os assuntos políticos em paz. [...] Há uma grande vinha a ser cultivada; mas, conquanto os cristãos tenham de trabalhar entre os incrédulos, não se devem parecer com os mundanos. Não devem gastar seu tempo a falar de política e agir em favor dela; pois assim fazendo, dão oportunidade ao inimigo de penetrar e causar desinteligências e discórdias. [...] Os filhos de Deus têm de se separar da política [...] Não tomeis parte em lutas políticas. Separai-vos do mundo, refreai-vos quanto a introduzir na igreja ou escola idéias que hão de levar a contendas e perturbações. As dissensões são o veneno moral introduzido no organismo pelos seres humanos egoístas." Obreiros Evangélicos, 391, 392, 395.
 
 Coteúdo mais abrangente no Livro Fundamentos da Educação Cristã:
 
Testemunho especial acerca de política
 
"Aos Mestres e Diretores de Nossas Escolas:
Aqueles a cujo cargo se acham nossas instituições e escolas, devem acautelar-se diligentemente, não seja que, por suas palavras e sentimentos, levem os alunos por caminhos falsos. Os que ensinam a Bíblia em nossas igrejas e escolas, não se acham na liberdade de se unir aos que manifestam seus preconceitos a favor ou contra homens e medidas políticos, pois assim fazendo, incitam o espírito dos outros, levando cada um a defender suas idéias favoritas. Existem, entre os que professam crer na verdade presente, alguns que serão assim incitados a exprimir seus sentimentos e suas preferências políticas, de maneira que se introduzirá na igreja a divisão. O Senhor quer que Seu povo enterre as questões políticas. Sobre esses assuntos, o silêncio é eloqüência. Cristo convida Seus seguidores a chegarem à unidade nos puros princípios evangélicos que são positivamente revelados na Palavra de Deus. Não podemos, com segurança, votar por partidos políticos; pois não sabemos em quem votamos. Não podemos, com segurança, tomar parte em nenhum plano político. Não podemos trabalhar para agradar a homens que irão empregar sua influência para reprimir a liberdade religiosa, e pôr em execução medidas opressivas para levar ou compelir seus semelhantes a observar o domingo como sábado. O primeiro dia da semana não é um dia para ser reverenciado. É um sábado espúrio, e os membros da família do Senhor não podem ter parte com os homens que o exaltam, e violam a lei de Deus, pisando Seu sábado. O povo de Deus não deve votar para colocar tais homens em cargos oficiais; pois assim fazendo, são participantes nos pecados que eles cometem enquanto investidos desses cargos.  
Não devemos transigir com os princípios, para ceder às opiniões e preconceitos que talvez animássemos antes de nos unir com o povo de Deus, observador dos mandamentos. Temo-nos alistado no exército do Senhor, e não nos cabe combater do lado do inimigo, mas do lado de Cristo, onde podemos ser um todo unido, em sentimento, ação, espírito e comunhão. Os que são deveras cristãos são ramos da Videira verdadeira, e darão o mesmo fruto que ela. Agirão em harmonia, em comunhão cristã. Não usarão distintivos políticos, mas os de Cristo
Que devemos então fazer? — Deixai os assuntos políticos em paz. “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel?” Que pode haver de comum entre esses partidos? Não pode haver sociedade, nem comunhão. A palavra “sociedade” importa em participação, parceria. Deus emprega as mais vigorosas imagens para mostrar que não deve haver união entre partidos mundanos e aqueles que estão buscando a justiça de Cristo. Que comunhão pode haver entre a luz e as trevas, a verdade e a injustiça? — Nenhuma, absolutamente. A luz representa a justiça; as trevas, o erro, o pecado, a injustiça. Os cristãos saíram das trevas para a luz. Eles se revestiram de Cristo, e usam a divisa da verdade e obediência. São regidos pelos princípios elevados e santos que Cristo exemplificou em Sua vida. O mundo, porém, é regido por princípios de desonestidade e injustiça.
“Pelo que, tendo esse ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos; pelo contrário, rejeitamos as coisas que, por vergonhosas, se ocultam, não andando com astúcia, nem adulterando a Palavra de Deus; antes, nos recomendamos à consciência de todo homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade. Mas, se o nosso evangelho ainda está encoberto, é para os que se perdem que está encoberto, nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus. Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus como Senhor, e a nós mesmos como vossos servos por amor de Jesus. Porque Deus que disse: De trevas resplandecerá luz —, Ele mesmo resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo.” São apresentados aqui dois partidos, e é revelado que não pode haver união entre eles.
Os mestres, na igreja ou na escola, que se distinguem por seu zelo na política, devem ser destituídos sem demora de seu trabalho e suas responsabilidades; pois o Senhor não cooperará com eles. O dízimo não deve ser empregado para pagar ninguém para discursar sobre questões políticas. Todo mestre, ministro ou dirigente em nossas fileiras, que é agitado pelo desejo de ventilar suas opiniões sobre questões políticas, deve-se converter pela crença na verdade, ou renunciar à sua obra. Sua influência deve ser a de um coobreiro de Deus no conquistar almas para Cristo, ou devem ser-lhe cassadas as credenciais. Se ele não muda, há de ser nocivo, apenas nocivo.
Em nome do Senhor, desejo dizer aos professores de nossas escolas: Aplicai-vos à obra que vos foi designada. Não sois convidados por Deus para vos empenhardes na política. “Vós todos sois irmãos”, declara Cristo, “e, como uma só pessoa, deveis colocar-vos sob o estandarte do Príncipe Emanuel.” “Que é que o Senhor requer de ti? Não é que temas o Senhor teu Deus, andes em todos os Seus caminhos, e O ames, e sirvas ao Senhor teu Deus de todo o teu coração e de toda a tua alma, para guardares os mandamentos do Senhor, e os Seus estatutos, que hoje te ordeno, para o teu bem? ... Pois o Senhor vosso Deus é o Deus dos deuses, e o Senhor dos senhores, o Deus grande, poderoso e temível, que não faz acepção de pessoas, nem aceita suborno; que faz justiça ao órfão e à viúva, e ama o estrangeiro, dando-lhe pão e vestes. Amai, pois, o estrangeiro, porque fostes estrangeiros na terra do Egito. Ao Senhor teu Deus temerás; a Ele servirás, a Ele te chegarás, e pelo Seu nome jurarás. Ele é o teu louvor, e o teu Deus.”
O Senhor tem concedido grande luz e privilégios a Seu povo. “Eis que vos tenho ensinado estatutos e juízos”, diz Ele; “guardai-os, pois, e cumpri-os, porque isto será a vossa sabedoria e o vosso entendimento perante os olhos dos povos que, ouvindo todos estes estatutos, dirão: Certamente este grande povo é gente sábia e entendida. Pois, que grande nação há que tenha deuses tão chegados a si como o Senhor nosso Deus, todas as vezes que O invocamos? E que nação há, que tenha estatutos e juízos tão justos como toda esta lei que eu hoje vos proponho? Tão-somente guarda-te a ti mesmo, e guarda bem a tua alma, que te não esqueças daquelas coisas que os teus olhos têm visto, e se não apartem do teu coração todos os dias da tua vida, e os farás saber a teus filhos e aos filhos de teus filhos.”
Como um povo, devemos colocar-nos sob o estandarte de Jesus Cristo. Devemos consagrar-nos a Deus como um povo distinto, separado e peculiar. Ele fala a nós, dizendo: “Inclinai os vossos ouvidos, e vinde a Mim; ouvi, e a vossa alma viverá; porque convosco farei uma aliança perpétua, que consiste nas fiéis misericórdias prometidas a Davi.” “Com justiça serás confirmada; estarás longe da opressão, porque já não temerás; e também do espanto, porque não chegará a ti. Eis que poderão vir a juntar-se, mas não será por Mim; quem se ajuntar contra ti, cairá por amor de ti. ... Toda a ferramenta preparada contra ti, não prosperará; e toda língua que se levantar contra ti em juízo, tu a condenarás; esta é a herança dos servos do Senhor, e a sua justiça que vem de Mim, diz o Senhor.”
Rogo aos meus irmãos designados para educar, que mudem sua maneira de agir. É um engano de vossa parte o ligar vossos interesses com qualquer partido político, dar o vosso voto com eles ou por eles. Os que ocupam o lugar de educadores, de ministros, de colaboradores de Deus em qualquer sentido, não têm batalhas a travar no mundo político. Sua cidadania se acha nos Céus. O Senhor pede-lhes que permaneçam como um povo separado e peculiar. Ele não quer que haja cismas no corpo de crentes. Seu povo tem de possuir os elementos de reconciliação. É porventura sua obra fazer inimigos no mundo político? — Não, não! Eles têm de permanecer como súditos do reino de Cristo, levando a bandeira em que se acha inscrito: “Os mandamentos de Deus, e a fé de Jesus.” Têm de ter a responsabilidade de uma obra especial, de uma especial mensagem. Temos uma responsabilidade individual, e isso tem de ser revelado em presença do Universo celeste, dos anjos e dos homens. Deus não nos pede que ampliemos nossa influência misturando-nos com a sociedade, ligando-nos com os homens em questões políticas, mas ficando como partes individuais de Seu grande todo, tendo Cristo como nossa cabeça. Cristo é nosso Príncipe, e, como súditos Seus, cumpre-nos realizar a obra que nos foi designada por Deus.
É de suma importância que os jovens compreendam que o povo de Cristo deve ser unido; pois esta unidade prende os homens a Deus pelos áureos laços do amor, e impõe a cada um a obrigação de trabalhar pelos semelhantes. O Capitão de nossa salvação morreu pela raça humana para que os homens pudessem estar unidos com Ele e uns com os outros. Como membros da família humana, somos partes individuais de um grande todo. Ninguém pode tornar-se independente dos outros. Não deve haver disputas partidárias na família de Deus, pois o bem-estar de cada um é a felicidade de todos. Não deve ser erigida nenhuma parede separatória entre o homem e seu próximo. Cristo, como o grande centro, precisa unir a todos em um só.
Cristo é nosso Mestre, nosso Dirigente, nossa Força, nossa Justiça; e nEle nos comprometemos a evitar todo modo de ação que cause divisão. As questões em debate no mundo não devem ser o tema de nossas conversações. Devemos convidar o mundo a contemplar um crucificado Salvador, por cujo intermédio nos tornamos necessários uns aos outros e a Deus. Cristo ensina Seus súditos a imitar Suas virtudes, Sua mansidão e humildade, Sua bondade, paciência e amor. Consagra, portanto, o coração e as mãos a Seu serviço, tornando o homem um conduto pelo qual o amor de Deus possa fluir em copiosas correntes para abençoar a outros. Não haja, pois, nenhuma sombra de contenda entre os adventistas do sétimo dia. O Salvador convida toda alma, dizendo: “Vinde a Mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o Meu jugo, e aprendei de Mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para as vossas almas. Porque o Meu jugo é suave e o Meu fardo é leve.” Aquele que mais se aproxima da perfeição da divina benevolência de Cristo causa alegria entre os anjos celestiais. O Pai Se regozija a seu respeito com cânticos; pois, acaso, não está trabalhando no espírito do Mestre, sendo um com Cristo assim como Ele é um com o Pai?
Em nossos periódicos não devemos exaltar a obra e o caráter de homens em posições de influência, mantendo constantemente seres humanos diante das pessoas. Mas podeis exaltar a Cristo nosso Salvador tanto quanto quiserdes. “Todos nós com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória [de caráter em caráter], na Sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito.” Os que amam e servem a Deus devem ser a luz do mundo, brilhando entre as trevas morais. Mas nos lugares que receberam a maior luz, onde o evangelho mais tem sido pregado, as pessoas — pais, mães e filhos — têm sido instigadas por um poder de baixo a unir seus interesses a projetos e empreendimentos mundanos.
Há grande cegueira nas igrejas, e o Senhor diz a Seu povo: “Que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e Eu serei o seu Deus e eles serão o Meu povo. Pelo que saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo, e Eu vos receberei; e Eu serei para vós Pai e vós sereis para Mim filhos e filhas, diz o Senhor todo-poderoso.”
A condição para ser admitido na família do Senhor é sair do mundo, separando-se de todas as suas influências contaminadoras. O povo de Deus não deve ter ligação alguma com a idolatria em qualquer de suas formas. Eles devem atingir uma norma mais elevada. Devemos separar-nos do mundo, e então Deus declara: “Eu vos receberei como membros de Minha família real, filhos do celeste Rei.” Como crentes na verdade devemos ser diferentes, na prática, do pecado e dos pecadores. Nossa cidadania está no Céu.
Devemos compreender com mais clareza o valor das promessas que Deus nos fez e apreciar mais profundamente a honra que nos foi dada por Ele. Deus não poderia outorgar aos mortais mais elevada honra do que adotá-los em Sua família, dando-lhes o privilégio de chamá-Lo Pai. Não há degradação em nos tornarmos filhos de Deus. “O Meu povo saberá o Meu nome”, declara o Senhor; “portanto naquele dia saberá que sou Eu quem fala: Eis-Me aqui.” O Senhor Deus onipotente reina. “Que formosos são sobre os montes os pés do que anuncia as boas novas, que faz ouvir a paz, que anuncia coisas boas, que faz ouvir a salvação, que diz a Sião: O teu Deus reina! Eis o grito dos teus atalaias! Eles erguem a voz, juntamente exultam; porque com seus próprios olhos distintamente vêem o retorno do Senhor a Sião.”
Por que se dá tanta atenção a instrumentos humanos, ao passo que há tão pouco esforço mental em direção ao Deus eterno? Por que os que pretendem ser filhos do Rei celestial se acham tão absorvidos nas coisas deste mundo? Que o Senhor seja exaltado! Que a Palavra do Senhor seja engrandecida! Sejam os seres humanos colocados em posição inferior, e que o Senhor seja exaltado! Lembrai-vos de que reinos, nações, monarcas, estadistas, conselheiros e grandes exércitos terrestres, e toda a magnificência e glória mundanas, são como o pó da balança. Deus tem a fazer um ajuste de contas com todas as nações. Todo reino tem que ser abatido. A autoridade humana deve tornar-se como nada. Cristo é o Rei do mundo, e Seu reino deve ser exaltado.
O Senhor deseja que todos os portadores da mensagem para estes últimos dias compreendam que há grande diferença entre os que professam a religião, mas não são praticantes da Palavra, e os filhos de Deus, que são santificados pela verdade e têm aquela fé que atua pelo amor e purifica a alma. O Senhor refere-Se aos que pretendem crer na verdade para este tempo, os quais não discernem, porém, qualquer incoerência em tomarem parte na política, misturando-se com os elementos contendedores destes últimos dias, como os circuncisos que se misturam com os incircuncisos, e declara que destruirá ambas as classes juntamente, sem distinção. Estão fazendo uma obra que não lhes mandou fazer. Desonram a Deus por seu espírito faccioso e por suas contendas, e Ele condenará de igual maneira a ambas as classes.
Talvez se pergunte: Não devemos ter ligação alguma com o mundo? A Palavra do Senhor tem de ser nosso guia. Qualquer ligação com os infiéis e incrédulos, que nos viesse identificar com eles, é proibida pela Palavra. Temos de sair do meio deles, e ser separados. Em caso algum devemos unir-nos a eles em seus planos de trabalho. Mas não devemos viver isoladamente. Cumpre-nos fazer aos mundanos todo o bem que nos seja possível. Cristo nos deu um exemplo disto. Quando convidado a comer com publicanos e pecadores, não Se recusava; pois de nenhum outro modo, senão misturando-Se com eles, poderia chegar a essa classe. Mas, em toda ocasião lhes dava talentos de palavras e influência. Puxava temas de conversação que lhes apresentavam ao espírito os interesses eternos. E esse Mestre nos ordena: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai, que está nos Céus.” Quanto à questão da temperança, assumi, sem vacilação, vossa atitude. Sede firmes como a rocha. Não participeis dos pecados dos outros. Atos de desonestidade em transações comerciais, com crentes ou descrentes, devem ser condenados; e se eles não dão prova de reforma, retirai-vos do meio deles, separai-vos.
Há uma grande vinha a ser cultivada; mas, conquanto os cristãos tenham de trabalhar entre os incrédulos, não se devem parecer com os mundanos. Não devem gastar seu tempo a falar de política e agir em favor dela; pois assim fazendo, dão oportunidade ao inimigo de penetrar e causar desinteligências e discórdias. Aqueles, dentre os ministros, que desejam ser políticos, devem perder suas credenciais; pois essa obra Deus não deu a elevados nem a humildes dentre Seu povo. Deus pede a todos quantos ministram em palavra e doutrina, que dêem à trombeta um sonido certo. Todos quantos receberam a Cristo, ministros e membros leigos, devem levantar-se e resplandecer; pois grandes perigos se acham iminentes sobre nós. Satanás está agitando os poderes da Terra. Tudo neste mundo se acha em confusão. Deus pede a Seu povo que mantenha acima de tudo a bandeira que apresenta a mensagem do terceiro anjo. Não devemos ir a Cristo por intermédio de algum ser humano, mas por meio de Cristo devemos compreender a obra que Ele nos deu a fazer pelos outros.
Deus apela para Seu povo, dizendo: “Retirai-vos do meio deles, separai-vos.” Ele pede que o amor que tem manifestado por eles seja retribuído e evidenciado por meio de voluntária obediência a Seus mandamentos. Os filhos de Deus têm de separar-se da política, de toda aliança com os incrédulos. Não devem ligar seus interesses aos do mundo. “Provai vossa aliança comigo”, diz Ele, “permanecendo como Minha herança escolhida, como um povo zeloso de boas obras.” Não tomeis parte em lutas políticas. Separai-vos do mundo, e refreai-vos quanto a introduzir na igreja ou na escola idéias que hão de levar a contendas e perturbações. As dissensões são o veneno moral introduzido no organismo pelos seres humanos egoístas. Deus quer que Seus servos tenham clara percepção, verdadeira e nobre dignidade, para que sua influência manifeste o poder da verdade. A vida cristã não deve ser vivida a esmo ou depender de emoções. A verdadeira influência cristã, exercida para a realização da obra designada por Deus, é um precioso instrumento, e não se deve unir com política, ou ligar em aliança com incrédulos. Deus tem de ser o centro de atração. Toda mente em que o Espírito Santo opera, satisfar-se-á com Ele.
Deus pede que os professores de nossas escolas não fiquem interessados no estudo de questões políticas. Introduzi o conhecimento de Deus em nossas escolas. Vossa atenção pode ser atraída para sábios homens mundanos, que não são suficientemente sábios para compreender o que as Escrituras dizem no tocante às leis do reino de Deus; volvei-vos, porém, deles para Aquele que é a Fonte de toda a sabedoria. Buscai em primeiro lugar o reino de Deus e a Sua justiça. Fazei disto o primeiro e o último. Buscai com grande diligência conhecer Aquele ao qual conhecer devidamente é vida eterna. Cristo e Sua justiça é a salvação da alma. Ensinai às criancinhas o que significa obediência e submissão. Em nossas escolas, a ciência, a literatura, a pintura e a música, e tudo o que a cultura do mundo pode proporcionar, não devem ocupar o primeiro lugar. Seja dado o primeiro lugar ao conhecimento dAquele em quem se centraliza a nossa vida eterna. Implantai no coração dos alunos aquilo que adornará o caráter e habilitará a alma, mediante a santificação do Espírito, a aprender lições do maior Mestre que o mundo já conheceu. Assim os alunos serão habilitados para serem herdeiros do reino de Deus. 16 de Junho de 1899."  Fundamentos da Educação Cristã, Págs. 475-484

"O príncipe das potestades do ar, apresentará planos e idéias mundanos e estranhos sentimentos e princípios diretamente opostos à lei de Deus. Aqui devemos reservar toda a nossa influência para levantar bem alto a verdade. Sentimentos trazidos para a frente por políticos, serão repetidos por alguns que se dizem observadores do sábado." Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, Pág. 334.

Conquanto devemos nos separar das questões políticas devemos respeito às autoridades

"Cumpre-nos reconhecer o governo humano como uma instituição designada por Deus, e ensinar obediência ao mesmo como um dever sagrado, dentro de sua legítima esfera. Mas, quando suas exigências se chocam com as reivindicações de Deus, temos que obedecer a Deus de preferência aos homens. A Palavra de Deus precisa ser reconhecida como estando acima de toda a legislação humana. Um “Assim diz o Senhor”, não deve ser posto à margem por um “Assim diz a igreja”, ou um “Assim diz o Estado”. A coroa de Cristo tem de ser erguida acima dos diademas de potentados terrestres.  Não se nos exige que desafiemos as autoridades. Nossas palavras, quer faladas quer escritas, devem ser cuidadosamente consideradas, para que não sejamos tidos na conta de proferir coisas que nos façam parecer contrários à lei e à ordem." Obreiros Evangélicos, Págs. 389-390.
 
 
 

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