HORÁRIO DO INÍCIO DO SÁBADO
James White (Tiago White)
The Reviewand Herald,
25/02/1868, Vol. 31, Nr. 11, página 168.
É
fato conhecido da maioria dos leitores da Revista (Review and Herald) que por
muitos anos na história primitiva dos adventistas do sétimo dia os crentes
adotaram o horário das seis da tarde como sendo o tempo para o começo e o
término do sábado. É sabido também que no outono de 1855 a Revista ensinou que
o pôr do sol era o horário para o início do sábado, e que nosso povo em geral
mudou das seis para o pôr do sol. Desejo aqui relatar algumas das
circunstâncias relacionadas com essa mudança:
1. O
horário das seis da tarde foi lançado em questão por uma porção dos crentes por
volta do ano de 1847. Alguns afirmavam que o sábado começava ao nascer do sol,
enquanto outros alegavam evidências bíblicas em favor do horário do pôr do sol.
2. O
irmão Joseph Bates, que foi o primeiro a ensinar sobre o sábado e sua
importância, e que fielmente trabalhou para chamar um povo dentre os
adventistas a fim de observá-lo, estava muito decidido com relação ao horário
das seis horas. Sua decidida posição sobre a questão e o respeito por sua idade
e vida consagrada, devem ter sido as razões para que esse ponto não tenha sido
investigado completamente mais cedo como outros pontos da mensagem o foram.
3.
No outono de 1855, o irmão J. N. Andrews chamou-me em Battle Creek quando
estava a caminho de Iowa, e colocou diante de mim as razões escriturísticas
para começar a guarda do sábado ao pôr do sol. Ele havia escrito um elucidativo
artigo sobre o assunto, o qual deixou comigo. Esse artigo foi publicado na
Revista em 04 de dezembro de 1855, contudo foi antes lido na Conferência em
Battle Creek naquele ano. O assunto foi discutido e resultou por sedimentar na
mente dos irmãos o horário do pôr do sol, com exceção do irmão Bates e alguns
poucos mais. A partir de então, houve concordância geral entre nós sobre este
assunto.
Mas
há pessoas que procuram nos prejudicar como um povo – e a essa classe esperamos
ajudar com este artigo. Isso é para aqueles que relatam e publicam que a
senhora White professa ter-lhe sido mostrado que o tempo para começar o sábado
era as seis horas, e que num período posterior lhe foi mostrado que o pôr do
sol era o verdadeiro horário. É também relatado que em visão ela viu um relógio
com uma mão apontando para o número seis e a outra mão apontando para o 12,
mostrando que seis horas era o horário do começo e do fechamento do sábado.
Uma
simples declaração dos fatos sobre o caso é suficiente para mostrar que esses
relatórios são falsos. Assim, daqui por diante, damos as seguintes declarações,
as quais estamos prontos a provar pelas mais competentes testemunhas.
Em
duas visões foi mostrado algo à senhora White com relação ao tempo de começar a
guarda do sábado. A primeira foi em 1847, em Topsham. Nessa visão, foi mostrado
a ela que o começo do sábado ao nascer do sol estava errado. Ouviu ela então um
anjo repetir essas palavras: “De uma tarde a outra tarde, celebrareis o vosso
sábado”. Levítico 23:32.O irmão Bates estava presente, e sucedeu em satisfazer
todos os que ali estavam com a explicação de que “tarde” significava seis
horas. Grave isso: A visão em Topsham não ensinou sobre o horário das seis
horas; ela apenas corrigiu quanto ao horário da guarda a partir do nascimento
do sol. Eu nunca acolhi a ideia de que o horário das seis horas foi sustentado
pelas visões, por isso copio aqui uma declaração que fiz na Revista sobre esse
assunto em dezembro de 1855:
“Nunca
estivemos completamente satisfeitos com o testemunho apresentado em favor das
seis horas, ao passo que recebemos vários comunicados durante alguns anos
passados, advogando tanto o nascer do sol quanto o pôr do sol, os quais têm
sido quase destituídos de argumentos e do espírito de humildade e candura. O
assunto tem nos preocupado, embora nunca tenhamos tido tempo para investigá-lo
completamente. Em junho de 1854, instamos o irmão D. P. Hall para que
preparasse um artigo sobre o assunto para a Revista. Enquanto estávamos com ele
na Pensilvânia, no inverno passado, repetimos o pedido. Quando estávamos em
Maine no verão passado falamos desses sentimentos para o irmão Andrews.
Tínhamos medo de divisão, a menos que a questão fosse assentada pelo bom
testemunho. Ele decidiu devotar seu tempo ao assunto até se certificar do que a
Bíblia ensina com relação ao tema. Seu artigo nesta edição é o resultado dessa
investigação. Alguns têm a impressão de que o horário das seis horas tem sido
ensinado entre nós através da manifestação direta do Espírito Santo. Isso é um
erro. “De uma tarde a outra” era o preceito para o qual as seis horas havia
sido deduzido.”
1.
Com relação ao relógio, vinte competentes testemunhas estão prontas a
testificar que nem a senhora White nem suas visões têm qualquer coisa a ver com
isso. Quando em Rocky Hill, Connecticut, em 1849, numa reunião sobre o sábado
na casa do irmão Albert Belden, o assunto sobre o horário de começar a guarda
do sábado foi agitado. Um irmão que estava presente, em cuja experiência
espiritual havia grande confiança e que parecia estar exercitando grande poder,
entre gemidos e lágrimas, pediu um pedaço de giz. Em seguida, desenhou no chão
a figura de um relógio, com uma mão apontando para as seis horas. Uma impressão
geral prevaleceu de que isso era o trabalho do Espírito de Deus, mas a Sra.
White não tinha nada a ver com isso.
3.
No encerramento da Conferência em Battle Creek, relatada acima, os ministros e
outros, especialmente interessados na causa, tiveram uma sessão especial de
oração para a prosperidade da causa, e nesse encontro a Sra. White teve uma
visão, mostrando que o horário do pôr do sol estava correto. Isso assentou a
questão com o irmão Bates e os outros, e uma harmonia geral prevaleceu desde
então entre nós sobre esse ponto.
Mas
a seguinte questão naturalmente aparece: Se as visões são dadas para corrigir o
erro, por que ela não viu antes o engano do horário das seis horas? Por uma
coisa eu tenho sido grato a Deus - que Ele corrige o erro em Seu próprio tempo,
e assim não tivemos que suportar uma divisão em nosso meio por causa desse
assunto. Mas, querido leitor, o trabalho do Senhor sobre esse ponto está em
perfeita harmonia com Suas manifestações e com a correta posição sobre os dons
espirituais.
Não parece ser o desejo do Senhor ensinar Seu
povo através dos dons do Espírito sobre questões da Bíblia até que Seus servos
tenham diligentemente pesquisado Sua palavra. Quando isso foi feito sobre o
assunto do horário para começar a guarda do sábado, e ficou estabelecido, e
alguns estavam em perigo de quebrar a harmonia com o corpo de crentes acerca
desse tema, então, sim, foi o exato tempo de Deus exaltar Sua bondade na
manifestação do dom do Seu Espírito na realização de sua apropriada obra.
As
sagradas Escrituras nos são dadas como uma regra de fé e do dever. Somos
ordenados a investigá-la. Se falharmos em entender e completamente obedecer em
consequência de não pesquisar as Escrituras como deveríamos, ou por falta de
consagração e discernimento espiritual, e Deus, em Seu próprio tempo, nos
corrigir por alguma manifestação dos dons do Seu Espírito Santo, ao invés de
murmurarmos porque Ele não fez isso antes, deveríamos humildemente reconhecer
Sua misericórdia e louvá-Lo por Sua infinita bondade em condescender em nos
corrigir.
Que
os dons tenham seus próprios lugares na igreja. Deus nunca os colocou à frente,
ordenando-nos a olhá-los como nosso guia no caminho da verdade e do céu. Sua
palavra Ele tem exaltado. As Escrituras do Velho e Novo Testamento são as
lâmpadas do homem para iluminar seu caminho para o reino. Siga-as. Mas se você
errar acerca da verdade bíblica e estiver em perigo de se perder, pode ser que
Deus, no tempo de Sua escolha, venha a corrigi-lo e o traga de volta à Bíblia e
o salve. E se acontecer de você murmurar e pensar “Senhor, por que não fizeste
isso antes?”, tenha cuidado! “Aquietai-vos, e sabei que Eu sou Deus.” Salmos
46:10.
Nossa necessidade é Sua oportunidade para nos ensinar
pelos dons do Seu Espírito Santo.
JAMES WHITE (Tiago White)
The Review and Herald, 25.02.1868, Vol. 31, Nr.
11, página 168.
Traduzido
por: Marilda Scotti Luciano Barcellos
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