domingo, 20 de janeiro de 2013

HORÁRIO DO INÍCIO DO SÁBADO com James White (Tiago White)



HORÁRIO DO INÍCIO DO SÁBADO
James White (Tiago White)

The Reviewand Herald, 25/02/1868, Vol. 31, Nr. 11, página 168.


É fato conhecido da maioria dos leitores da Revista (Review and Herald) que por muitos anos na história primitiva dos adventistas do sétimo dia os crentes adotaram o horário das seis da tarde como sendo o tempo para o começo e o término do sábado. É sabido também que no outono de 1855 a Revista ensinou que o pôr do sol era o horário para o início do sábado, e que nosso povo em geral mudou das seis para o pôr do sol. Desejo aqui relatar algumas das circunstâncias relacionadas com essa mudança:



1. O horário das seis da tarde foi lançado em questão por uma porção dos crentes por volta do ano de 1847. Alguns afirmavam que o sábado começava ao nascer do sol, enquanto outros alegavam evidências bíblicas em favor do horário do pôr do sol.



2. O irmão Joseph Bates, que foi o primeiro a ensinar sobre o sábado e sua importância, e que fielmente trabalhou para chamar um povo dentre os adventistas a fim de observá-lo, estava muito decidido com relação ao horário das seis horas. Sua decidida posição sobre a questão e o respeito por sua idade e vida consagrada, devem ter sido as razões para que esse ponto não tenha sido investigado completamente mais cedo como outros pontos da mensagem o foram.



3. No outono de 1855, o irmão J. N. Andrews chamou-me em Battle Creek quando estava a caminho de Iowa, e colocou diante de mim as razões escriturísticas para começar a guarda do sábado ao pôr do sol. Ele havia escrito um elucidativo artigo sobre o assunto, o qual deixou comigo. Esse artigo foi publicado na Revista em 04 de dezembro de 1855, contudo foi antes lido na Conferência em Battle Creek naquele ano. O assunto foi discutido e resultou por sedimentar na mente dos irmãos o horário do pôr do sol, com exceção do irmão Bates e alguns poucos mais. A partir de então, houve concordância geral entre nós sobre este assunto.



Mas há pessoas que procuram nos prejudicar como um povo – e a essa classe esperamos ajudar com este artigo. Isso é para aqueles que relatam e publicam que a senhora White professa ter-lhe sido mostrado que o tempo para começar o sábado era as seis horas, e que num período posterior lhe foi mostrado que o pôr do sol era o verdadeiro horário. É também relatado que em visão ela viu um relógio com uma mão apontando para o número seis e a outra mão apontando para o 12, mostrando que seis horas era o horário do começo e do fechamento do sábado.



Uma simples declaração dos fatos sobre o caso é suficiente para mostrar que esses relatórios são falsos. Assim, daqui por diante, damos as seguintes declarações, as quais estamos prontos a provar pelas mais competentes testemunhas.



Em duas visões foi mostrado algo à senhora White com relação ao tempo de começar a guarda do sábado. A primeira foi em 1847, em Topsham. Nessa visão, foi mostrado a ela que o começo do sábado ao nascer do sol estava errado. Ouviu ela então um anjo repetir essas palavras: “De uma tarde a outra tarde, celebrareis o vosso sábado”. Levítico 23:32.O irmão Bates estava presente, e sucedeu em satisfazer todos os que ali estavam com a explicação de que “tarde” significava seis horas. Grave isso: A visão em Topsham não ensinou sobre o horário das seis horas; ela apenas corrigiu quanto ao horário da guarda a partir do nascimento do sol. Eu nunca acolhi a ideia de que o horário das seis horas foi sustentado pelas visões, por isso copio aqui uma declaração que fiz na Revista sobre esse assunto em dezembro de 1855:



“Nunca estivemos completamente satisfeitos com o testemunho apresentado em favor das seis horas, ao passo que recebemos vários comunicados durante alguns anos passados, advogando tanto o nascer do sol quanto o pôr do sol, os quais têm sido quase destituídos de argumentos e do espírito de humildade e candura. O assunto tem nos preocupado, embora nunca tenhamos tido tempo para investigá-lo completamente. Em junho de 1854, instamos o irmão D. P. Hall para que preparasse um artigo sobre o assunto para a Revista. Enquanto estávamos com ele na Pensilvânia, no inverno passado, repetimos o pedido. Quando estávamos em Maine no verão passado falamos desses sentimentos para o irmão Andrews. Tínhamos medo de divisão, a menos que a questão fosse assentada pelo bom testemunho. Ele decidiu devotar seu tempo ao assunto até se certificar do que a Bíblia ensina com relação ao tema. Seu artigo nesta edição é o resultado dessa investigação. Alguns têm a impressão de que o horário das seis horas tem sido ensinado entre nós através da manifestação direta do Espírito Santo. Isso é um erro. “De uma tarde a outra” era o preceito para o qual as seis horas havia sido deduzido.”



1. Com relação ao relógio, vinte competentes testemunhas estão prontas a testificar que nem a senhora White nem suas visões têm qualquer coisa a ver com isso. Quando em Rocky Hill, Connecticut, em 1849, numa reunião sobre o sábado na casa do irmão Albert Belden, o assunto sobre o horário de começar a guarda do sábado foi agitado. Um irmão que estava presente, em cuja experiência espiritual havia grande confiança e que parecia estar exercitando grande poder, entre gemidos e lágrimas, pediu um pedaço de giz. Em seguida, desenhou no chão a figura de um relógio, com uma mão apontando para as seis horas. Uma impressão geral prevaleceu de que isso era o trabalho do Espírito de Deus, mas a Sra. White não tinha nada a ver com isso.



3. No encerramento da Conferência em Battle Creek, relatada acima, os ministros e outros, especialmente interessados na causa, tiveram uma sessão especial de oração para a prosperidade da causa, e nesse encontro a Sra. White teve uma visão, mostrando que o horário do pôr do sol estava correto. Isso assentou a questão com o irmão Bates e os outros, e uma harmonia geral prevaleceu desde então entre nós sobre esse ponto.



Mas a seguinte questão naturalmente aparece: Se as visões são dadas para corrigir o erro, por que ela não viu antes o engano do horário das seis horas? Por uma coisa eu tenho sido grato a Deus - que Ele corrige o erro em Seu próprio tempo, e assim não tivemos que suportar uma divisão em nosso meio por causa desse assunto. Mas, querido leitor, o trabalho do Senhor sobre esse ponto está em perfeita harmonia com Suas manifestações e com a correta posição sobre os dons espirituais.



 Não parece ser o desejo do Senhor ensinar Seu povo através dos dons do Espírito sobre questões da Bíblia até que Seus servos tenham diligentemente pesquisado Sua palavra. Quando isso foi feito sobre o assunto do horário para começar a guarda do sábado, e ficou estabelecido, e alguns estavam em perigo de quebrar a harmonia com o corpo de crentes acerca desse tema, então, sim, foi o exato tempo de Deus exaltar Sua bondade na manifestação do dom do Seu Espírito na realização de sua apropriada obra.



As sagradas Escrituras nos são dadas como uma regra de fé e do dever. Somos ordenados a investigá-la. Se falharmos em entender e completamente obedecer em consequência de não pesquisar as Escrituras como deveríamos, ou por falta de consagração e discernimento espiritual, e Deus, em Seu próprio tempo, nos corrigir por alguma manifestação dos dons do Seu Espírito Santo, ao invés de murmurarmos porque Ele não fez isso antes, deveríamos humildemente reconhecer Sua misericórdia e louvá-Lo por Sua infinita bondade em condescender em nos corrigir.



Que os dons tenham seus próprios lugares na igreja. Deus nunca os colocou à frente, ordenando-nos a olhá-los como nosso guia no caminho da verdade e do céu. Sua palavra Ele tem exaltado. As Escrituras do Velho e Novo Testamento são as lâmpadas do homem para iluminar seu caminho para o reino. Siga-as. Mas se você errar acerca da verdade bíblica e estiver em perigo de se perder, pode ser que Deus, no tempo de Sua escolha, venha a corrigi-lo e o traga de volta à Bíblia e o salve. E se acontecer de você murmurar e pensar “Senhor, por que não fizeste isso antes?”, tenha cuidado! “Aquietai-vos, e sabei que Eu sou Deus.” Salmos 46:10.

Nossa necessidade é Sua oportunidade para nos ensinar pelos dons do Seu Espírito Santo.

JAMES WHITE (Tiago White)



The Review and Herald, 25.02.1868, Vol. 31, Nr. 11, página 168.


Traduzido por: Marilda Scotti Luciano Barcellos
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