Os
defensores da nova luz de Yeshua sabem perfeitamente que a transliteração do
nome do Salvador do alfabeto grego para o alfabeto latino é Iesus ou Jesus. Por
esta razão argumentam que o Novo Testamento foi originalmente escrito em
hebraico e não em grego.
Tal
hipótese, no entanto, não é aceita pelos historiadores, arqueólogos, teólogos
ou qualquer outra pessoa que conheça a evolução da cultura greco-romana. O
aramaico, língua em que Jesus pregou, é derivada do hebraico e era falada
apenas em Jerusalém. O grego era a língua mais difundida no Império Romano na
época de Cristo. A enciclopédia Barsa diz o seguinte sobre a Bíblia e Novo
Testamento:
“Jesus, cuja doutrina e pregação está contida
nos livros do Novo Testamento, pregara em aramaico, língua em que, certamente,
pregaram inicialmente os apóstolos e discípulos. Sua mensagem, entretanto, foi
escrita em grego, língua do Oriente helenizado da segunda metade do primeiro
século de nossa era. Não era o grego clássico ou ático, mas a língua comum
koiné”.[1]
A
“Grande Enciclopédia Larousse Cultural”, comentando o verbete “Bíblia”, faz a
mesma afirmação:
“O conjunto dos livros cristãos do Novo
Testamento, escrito em grego, compreende os quatro Evangelhos, os Atos dos
apóstolos, as Epístolas de São Paulo, São Tiago, São Pedro, São João e São
Judas e o Apocalipse”.[2]
Devemos lembrar que o “hebraico puro”
do Velho Testamento não era mais falado pelo povo na época de Cristo. Apenas os
doutores da lei dominavam o conhecimento desta língua (assim como alguns padres
ainda dominam o latim, uma língua morta). É simplesmente inconcebível admitir e
defender a hipótese de que Paulo, ao escrever aos Filipenses, Tessalonicenses,
Colossenses, Gálatas e Efésios, tenha usado a língua hebraica. Filipos,
Tessalônica, Colossos, Galácia e Éfeso eram regiões onde se falava o grego.
Muitos
anos antes de Cristo, o grego já era a língua mais falada no Império Romano. A
dispersão dos Judeus por toda extensão do Império Romano justificou a
elaboração da Septuaginta – tradução do Velho Testamento para a língua grega.
Comentando sobre a Septuaginta e sobre o período que antecedeu a primeira vinda
de Cristo, Ellen White faz os seguintes comentários no Desejado de Todas as Nações:
“Fazia séculos que as Escrituras haviam sido
traduzidas para o grego, então vastamente falado no império romano. Os judeus
estavam espalhados por toda parte, e sua expectação da vinda do Messias era,
até certo ponto, partilhada pelos gentios”.– Desejado de Todas as Nações, 33.
Este artigo foi retirado de um estudo de Ricardo Nicotra, para fazer o DOWNLOAD do estudo completo clique no seguinte link: