domingo, 4 de agosto de 2013

O que Dizia a Mensagem de 1888.



Alistamos em forma bastante breve um resumo dos elementos singulares, essenciais daquela mensagem. Os leitores reconhecerão que esses conceitos estão em contraste com as ideias geralmente (ou oficialmente) tidas pelo nosso povo hoje (a documentação está disponível nos livros citados na nota de rodapé):



(1) O sacrifício de Cristo não é meramente provisional mas eficaz para o mundo inteiro, de modo que a única razão pela qual alguém pode perder-se é preferir resistir à graça salvadora de Deus. Para aqueles que por fim se salvarão, Deus foi quem tomou a iniciativa; no caso dos que se perderem, eles é que tomaram a iniciativa. A salvação é pela fé; a condenação é por descrença.

(2) Assim, o sacrifício de Cristo legalmente justificou "todo homem", e literalmente salvou o mundo da destruição prematura. Todos os homens devem-Lhe mesmo a sua vida física, crendo Nele ou não. Cada fatia de pão está assinalada com Sua cruz. Quando o pecador ouve e crê no puro evangelho, é justificado pela . Os perdidos deliberadamente negam a justificação que Cristo já efetuou por eles.

(3) A justificação pela é, portanto, muito mais do que uma declaração legal de absolvição; ela trans­forma o coração. O pecador agora recebeu a expiação, que é reconciliação com Deus. Uma vez que é impossível ser verdadeiramente reconciliado com Ele e não ser também reconciliado com a Sua santa lei, segue-se que a verdadeira justificação pela torna o crente obediente a todos os mandamentos de Deus.

(4) Essa maravilhosa obra é cumprida mediante o ministério do novo concerto no qual o Senhor realmente escreve a Sua lei no coração do crente. A obediência é amada, e a nova motivação transcende o temor de estar perdido ou de espera de recompensa por estar salvo (qualquer dessas motivações é o que Paulo quer dizer com a frase "debaixo da lei"). O velho e novo concertos não são questões de tempo, mas de condição. A fé de Abraão capacitou-o  a viver sob o novo concerto, enquanto multidões de cristãos hoje  vivem debaixo do velho concerto devido a que a preocupação centralizada no eu é a sua motivação. O velho concerto era a promessa do povo para ser fiel; sob o novo concerto a salvação vem de crer nas promessas de Deus para nós, não de fazermos promessas a Ele.

(5) O amor de Deus é ativo, não meramente passivo. Como o Bom Pastor, Cristo está ativamente em busca da ovelha perdida. Nossa salvação não depende de buscarmos o Salvador, mas de crermos que Ele está à nossa procura. Aqueles que estão perdidos finalmente continuam a resistir e desprezar a atração de Seu amor. Esta é a essência da descrença.

(6) Assim, é difícil estar perdido e é fácil ser salvo se se compreende e crê quão boas são as boas novas. O pecado é um constante resistir a Sua graça. Uma vez que Cristo já pagou a penalidade do pecado de todo homem, a única razão por que alguém pode ser condenado no final é a persistente descrença, uma recusa em apreciar a redenção provida por Cristo sobre a cruz e por ele ministrada como Sumo Sacerdote. O verdadeiro evangelho traz à lume essa descrença e conduz a um arrependimento efetivo que prepara o crente para o retorno de Cristo. O orgulho humano e o louvor e lisonja a seres humanos é incompatível com a verdadeira fé em Cristo, mas é um sinal seguro da persistente descrença, mesmo dentro da igreja.

(7) Ao buscar a humanidade perdida, Cristo seguiu o caminho completo, tomando sobre Si a natureza caída e pecaminosa do homem após a queda. Isso Ele fez para que pudesse ser tentado em todos os pontos como nós, e, contudo, demonstrar perfeita justiça "à semelhança de carne pecaminosa". A mensagem de 1888 aceita o termo "semelhança" como tendo o seu sentido óbvio, não o de dessemelhança. Justiça é uma palavra nunca aplicada a Adão em seu estado não caído, nem aos anjos sem pecado. Somente pode traduzir uma santidade que entrou em conflito com o pecado na decaída carne humana, e sobre ele triunfou.

Assim, "a mensagem da justiça de Cristo" que Ellen White endossou tão entusiasticamente na época de 1888 está enraizada nessa única visão da natureza de Cristo. Se Ele tivesse assumido a natureza sem pecado de Adão antes da queda, o termo "justiça de Cristo" seria uma abstração sem sentido. Os mensageiros de 1888 reconheceram o ensino de que Cristo tomou somente a natureza sem pecado de Adão antes da queda como um legado do romanismo, a insígnia do mistério da iniqüidade que O mantém "afastado" e não "ao alcance da mão".

(8) Assim, nosso Salvador "condenou o pecado na carne" da decaída humanidade. Isso significa que Ele superou o pecado pela lei; o pecado tornou-se desnecessário à luz de Seu ministério. É impossível ter a verdadeira fé neotestamentária em Cristo e continuar em pecado. Não podemos escusar o contínuo pecar declarando que "somos apenas humanos" ou que "o diabo me levou a fazê-lo". δ luz da cruz, o diabo não pode forçar ninguém a pecar. Ser  verdadeiramente humano é ser semelhante a Cristo em caráter, pois Ele era e é plenamente humano, tanto quanto divino.

(9) Segue-se que o único elemento de que precisa o povo de Deus a fim de preparar-se para o retorno de Cristo é aquela genuína do Novo Testamento. Mas isto é precisamente o elemento de que carece a igreja. Ela se imagina doutrinária e experimentalmente "rica", de nada tendo falta, quando na verdade o seu pecado básico é uma patética descrença. A justificação é pela fé; é impossível ter fé e não demonstrar justiça na vida, porque a verdadeira fé opera pelo amor. As falhas morais e espirituais são o fruto de perpetuar o antigo pecado de Israel de descrença hoje, mediante a confusão de uma falsa justificação pela fé.

(10) A justificação pela fé desde 1844 é "a terceira mensagem angélica em verdade". Assim ela é maior do que aquilo que os reformadores ensinavam e as igrejas populares hoje entendem. É uma mensagem de graça abundante compatível com a verdade adventista singular da purificação do santuário celestial, uma obra contingente com a plena purificação dos corações do povo de Deus sobre a terra.

1. The 1888 Message--An Introduction [A Mensagem de 1888 -- Uma Introdução], Review and Herald, 1980; Gold Tried in the Fire [Ouro provado no fogo], Pacific Press, 1983; The Good News is Better Than You Think [As boas novas são melhores do que você pensa], Pacific Press 1985; A Summary of the History and Content of the 1888 Message [Um sumário da história e conteúdo da mensagem de 1888], 1977, The 1888 Message Study Committee [Comissão de Estudo da Mensagem de 1888].

Extraido do Livro: 1888 Re-Examinado. 

Aconselhamos a todos os amados irmão a dedicarem tempo e oração no estudo e compreensão da verdadeira justificação pela fé.