Alistamos em forma bastante breve um
resumo dos elementos singulares, essenciais daquela mensagem.
Os leitores reconhecerão que esses conceitos estão em
contraste com as ideias geralmente (ou oficialmente) tidas
pelo nosso povo hoje (a documentação está disponível nos
livros citados na nota de rodapé):
(1)
O sacrifício de Cristo não é meramente provisional
mas eficaz para o mundo inteiro, de modo que a única
razão pela qual alguém pode perder-se é preferir resistir
à graça salvadora de Deus. Para aqueles que por fim se
salvarão, Deus foi quem tomou a iniciativa; no caso dos que
se perderem, eles é que tomaram a iniciativa. A salvação é
pela fé; a condenação é por descrença.
(2)
Assim, o sacrifício de Cristo legalmente justificou
"todo homem", e literalmente salvou o mundo da
destruição prematura. Todos os homens devem-Lhe mesmo a sua
vida física, crendo Nele ou não. Cada fatia de pão está
assinalada com Sua cruz. Quando o pecador ouve e crê no puro
evangelho, é justificado pela fé. Os perdidos
deliberadamente negam a justificação que Cristo já efetuou
por eles.
(3)
A justificação pela fé é, portanto, muito mais do
que uma declaração legal de absolvição; ela transforma o
coração. O pecador agora recebeu a expiação, que é
reconciliação com Deus. Uma vez que é impossível ser
verdadeiramente reconciliado com Ele e não ser também
reconciliado com a Sua santa lei, segue-se que a verdadeira
justificação pela fé torna o crente obediente a
todos os mandamentos de Deus.
(4)
Essa maravilhosa obra é cumprida mediante o ministério do
novo concerto no qual o Senhor realmente escreve a Sua lei no
coração do crente. A obediência é amada, e a
nova motivação transcende o temor de estar perdido ou de
espera de recompensa por estar salvo (qualquer dessas motivações
é o que Paulo quer dizer com a frase "debaixo da
lei"). O velho e novo concertos não são questões de
tempo, mas de condição. A fé de Abraão capacitou-o
a viver sob o novo concerto, enquanto multidões de
cristãos hoje vivem
debaixo do velho concerto devido a que a preocupação
centralizada no eu é a sua motivação. O velho concerto era
a promessa do povo para ser fiel; sob o novo concerto a salvação
vem de crer nas promessas de Deus para nós, não de fazermos
promessas a Ele.
(5)
O amor de Deus é ativo, não meramente passivo. Como o Bom
Pastor, Cristo está ativamente em busca da ovelha perdida.
Nossa salvação não depende de buscarmos o Salvador, mas de
crermos que Ele está à nossa procura. Aqueles que estão
perdidos finalmente continuam a resistir e desprezar a atração
de Seu amor. Esta é a essência da descrença.
(6)
Assim, é difícil estar perdido e é fácil ser salvo se
se compreende e crê quão boas são as boas novas. O
pecado é um constante resistir a Sua graça. Uma vez que
Cristo já pagou a penalidade do pecado de todo homem, a única
razão por que alguém pode ser condenado no final é a
persistente descrença, uma recusa em apreciar a redenção
provida por Cristo sobre a cruz e por ele ministrada como Sumo
Sacerdote. O verdadeiro evangelho traz à lume essa descrença
e conduz a um arrependimento efetivo que prepara o crente para
o retorno de Cristo. O orgulho humano e o louvor e lisonja a
seres humanos é incompatível com a verdadeira fé em Cristo,
mas é um sinal seguro da persistente descrença, mesmo dentro
da igreja.
(7)
Ao buscar a humanidade perdida, Cristo seguiu o caminho
completo, tomando sobre Si a natureza caída e pecaminosa do
homem após a queda. Isso Ele fez para que pudesse ser tentado
em todos os pontos como nós, e, contudo, demonstrar perfeita
justiça "à semelhança de carne pecaminosa". A
mensagem de 1888 aceita o termo "semelhança" como
tendo o seu sentido óbvio, não o de dessemelhança.
Justiça é uma palavra nunca aplicada a Adão em seu estado
não caído, nem aos anjos sem pecado. Somente pode traduzir
uma santidade que entrou em conflito com o pecado na decaída
carne humana, e sobre ele triunfou.
Assim,
"a mensagem da justiça de Cristo" que Ellen White
endossou tão entusiasticamente na época de 1888 está
enraizada nessa única visão da natureza de Cristo. Se Ele
tivesse assumido a natureza sem pecado de Adão antes da
queda, o termo "justiça de Cristo" seria uma abstração
sem sentido. Os mensageiros de 1888 reconheceram o ensino de
que Cristo tomou somente a natureza sem pecado de Adão antes
da queda como um legado do romanismo, a insígnia do mistério
da iniqüidade que O mantém "afastado" e não
"ao alcance da mão".
(8)
Assim, nosso Salvador "condenou o pecado na carne"
da decaída humanidade. Isso significa que Ele superou o
pecado pela lei; o pecado tornou-se desnecessário à luz de
Seu ministério. É impossível ter a verdadeira fé
neotestamentária em Cristo e continuar em pecado. Não
podemos escusar o contínuo pecar declarando que "somos
apenas humanos" ou que "o diabo me levou a fazê-lo".
δ luz da cruz, o diabo não pode forçar ninguém a
pecar. Ser verdadeiramente humano é ser semelhante a
Cristo em caráter, pois Ele era e é plenamente humano, tanto
quanto divino.
(9)
Segue-se que o único elemento de que precisa o povo de Deus a
fim de preparar-se para o retorno de Cristo é aquela genuína
fé do Novo Testamento. Mas isto é precisamente o
elemento de que carece a igreja. Ela se imagina doutrinária e
experimentalmente "rica", de nada tendo falta,
quando na verdade o seu pecado básico é uma patética descrença.
A justificação é pela fé; é impossível ter fé e não
demonstrar justiça na vida, porque a verdadeira fé opera
pelo amor. As falhas morais e espirituais são o fruto de
perpetuar o antigo pecado de Israel de descrença hoje,
mediante a confusão de uma falsa justificação pela fé.
(10)
A justificação pela fé desde 1844 é "a terceira
mensagem angélica em verdade". Assim ela é maior do que
aquilo que os reformadores ensinavam e as igrejas populares
hoje entendem. É uma mensagem de graça abundante compatível
com a verdade adventista singular da purificação do santuário
celestial, uma obra contingente com a plena purificação dos
corações do povo de Deus sobre a terra.
1.
The
1888 Message--An Introduction [A
Mensagem de 1888 -- Uma Introdução], Review and Herald,
1980; Gold Tried in the Fire [Ouro provado no fogo],
Pacific Press, 1983; The Good News is Better Than You Think
[As boas novas são melhores do que você pensa], Pacific
Press 1985; A Summary of the History and Content of the
1888 Message [Um sumário da história e conteúdo da
mensagem de 1888], 1977, The 1888 Message Study Committee
[Comissão de Estudo da Mensagem de 1888].
Extraido do Livro: 1888 Re-Examinado.
Aconselhamos a todos os amados irmão a dedicarem tempo e oração no estudo e compreensão da verdadeira justificação pela fé.